domingo, 19 de junho de 2011

Reportagem especial: Cidade é modelo na erradicação de casos de agressão contra crianças

Mogi saiu na frente na implantação do sistema informatizado de saúde e tornou-se referência no cenário nacional
Willian Almeida
Da Reportagem Local
Divulgação

Estima-se que no Brasil 500 mil crianças menores de 3 anos sejam espancadas por ano
Mogi das Cruzes entrou para o cenário nacional ao ser a primeira cidade do País a criar um sistema informatizado de atendimento em saúde que poderá erradicar os casos de violência doméstica contra crianças por meio do cruzamento de dados. A novidade já desperta interesses de municípios como Piracicaba e Florianópolis. 
Por trás da ação implantada pela Prefeitura estão o auditor tributário Paulo Bérgamo dos Santos, criador do projeto que tem permitido a descoberta de casos de violência a partir do sistema de consultas médicas da rede municipal de saúde e o coordenador-geral do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (Cejam), Wilmes Gonçalves Teixeira, que criou o termo Síndrome do Bebê Espancado (Sibe). 
Segundo Teixeira, por ano, estima-se que mais de 500 mil crianças menores de 3 anos sejam espancadas no Brasil. Do total, 10% dão entrada em hospitais em estado grave. Desses 10%, entre quatro e cinco mil morrem. Dez mil escapam e 55 mil, em média, desenvolvem sequelas neurológicas e cerebrais. 
O método que pode acabar com a violência infantil na cidade foi resultado de um projeto universitário elaborado por Santos. Desenvolvido a partir de um estudo do coordenador do Cejam que detectou ser característica do agressor nunca levar a criança violentada a um mesmo equipamento de saúde, o projeto trouxe, então, uma saída: cruzar os dados das unidades de saúde.


"Estava fazendo um curso e tive de apresentar um projeto. Aí que a ideia de fazer o sistema que fizesse acompanhamento de cada criança, rastreando por onde ela passa. Encaminhei à Prefeitura o projeto e chegou ao conhecimento da Secretaria de Saúde que já estava fazendo essa informatização. Foram feitos alguns testes que comprovaram a eficácia", disse Santos. 
"O mais importante nesse projeto é o resultado. Ele não vai aumentar o número de casos. Vai elevar a quantidade de situações que estão ocorrendo e que não estamos identificando", completou.


Fonte:Mogi News