domingo, 19 de junho de 2011

Ato de vereadores é repudiado




O aumento no número de vereadores de Mogi das Cruzes – de 16 para 23 – aprovado em sessão da Câmara Municipal da última terça-feira foi rechaçado de forma veemente pela população que participou de uma votação simbólica organizada pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) na manhã de ontem, no Largo do Rosário, na área central da Cidade.
A ação do MCCE ocorreu entre 10 e 13 horas e 1.747 pessoas responderam à pergunta: "Você é a favor do aumento no número de vereadores em Mogi?". O resultado final representou o repúdio da população sobre o assunto: 1.665 pessoas votaram ‘Não’; 68 escolheram a opção ‘Sim’; 13 deixaram o voto em branco; e uma pessoa anulou o voto.
"As pessoas vinham até o local de votação e pediam para se manifestar. Não houve qualquer tipo de abordagem mais incisiva. Isto prova que a população tem consciência do que está acontecendo e o resultado é o verdadeiro repúdio contra a decisão dos vereadores", afirmou Marco Antonio Soares Júnior, presidente da 17ª Subsecção da Ordem dos Advogados (OAB) de Mogi das Cruzes.
Segundo ele, o resultado da consulta popular será levado à Câmara Municipal, nesta terça-feira, para ser entregue ao presidente do Legislativo, vereador Mauro Araújo (PSDB), antes da sessão ordinária. "Vamos mostrar a eles que se tratou de uma atitude impopular", disse Soares Júnior, acompanhado de José Arraes, presidente do Instituto Cultural do Alto Tietê (Icati), do professor Mário Sérgio de Moraes e do ativista Silvio Marques.
Mário Berti, presidente da Organização da Sociedade Civil e de Interesse Público (Oscip) Guerrilheiros do Itapeti, destacou que o resultado prova que a população está cansada de atos como este dos vereadores e estuda a possibilidade de desenvolver uma campanha para formalizar uma ação popular para barrar o aumento de cadeiras. "Vamos tomar as medidas que tiverem ao nosso alcance para barrar o aumento número de cadeira na Câmara. Estamos preparando novos atos para que isto ocorra", afirmou.
Os integrantes do MCCE realizarão mais uma manifestação na terça-feira. "Vamos mandar fazer uma faixa e publicar quanto ganham os vereadores, quantos assessores cada um têm e o que eles fazem, entre outras coisas", explicou.
Berti Filho disse ainda que há informações nos bastidores de que os vereadores estariam defendendo o aumento de seus salários – dos atuais R$ 7,4 mil para R$ 13 mil – tomando assim, na opinião dele, mais uma decisão impopular e prejudicial aos cofres públicos. "Queremos matar esta ideia no nascedouro", argumentou.
Ao contrário do que os vereadores defenderam, de que o aumento no número de parlamentares ampliaria a representatividade da população no Legislativo, o MCCE argumenta, em um manifesto à população, que não é verdade porque vão permanecer os vícios existentes como a não fiscalização do Poder Executivo, o situacionismo permanente como, por exemplo, a votação de forma unânime de algumas matérias, que indica empobrecimento político, a ausência de projetos de vulto para a Cidade, a falta de diálogo com os movimentos sociais, o uso do favorzinho na relação com os eleitores e o enorme gasto público dispensado para manter a Câmara Municipal.


Fonte:O Diário de Mogi