sábado, 11 de junho de 2011

Junji diz que só quer ajudar Bunkyo





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Acostumado a longos discursos e entrevistas, o deputado federal e ex-prefeito Junji Abe (DEM) se valeu ontem de apenas oito linhas para responder ao esclarecimento público feito, via imprensa, pela Associação Cultural Bunkyo em mais um desdobramento da polêmica que envolve a instalação de um aterro sanitário no Distrito Industrial do Taboão. Ao documento de página inteira no qual, entre outras coisas, é acusado por diretores do Bunkyo - com o devido aval das principais entidades nipônicas da Cidade - de praticar demagogia, envergonhar a colônia japonesa e virar as costas num dos momentos mais críticos enfrentados pela entidade, Junji Abe afirma que só quer preservar a imagem da associação cultural e ajudá-la a romper o contrato com a Construtora Queiroz Galvão, que obriga a cessão do ginásio da Porteira Preta para a realização da audiência pública sobre o lixão, prevista para ser realizada em setembro. O resto, segundo o democrata, "é só perfumaria". Ao contrário do que o democrata diz temer, os representantes do movimento "Aterro, não!" acreditam que o embate entre o ex-prefeito e o Bunkyo fortalece a luta da Cidade contra o empreendimento, já que dá destaque para a causa e reforça a necessidade de união (leia mais nesta página).


O esclarecimento público do Bunkyo - assinado pelos seus 12 diretores e por representantes de mais sete associações " veio uma semana depois de uma carta aberta encaminhada pelo deputado federal para a imprensa na qual ele oferece ajuda jurídica para que a entidade possa romper o contrato com a Queiroz Galvão e, assim, ficar livre da obrigação de sediar a audiência pública do lixão. O Bunkyo, porém, alegou que Junji nunca procurou a associação para disponibilizar esse apoio e aproveitou, ainda, para dizer que a parceria com a construtora do aterro só foi feita depois de algumas edições fracassadas do Akimatsuri, que geraram uma dívida de R$ 250 mil, e quando a Queiroz Galvão já tinha o aval " dado por meio de duas certidões de diretrizes emitidas na gestão de Junji " da Prefeitura para o licenciamento do lixão.


Diante desse esclarecimento, Junji encaminhou a seguinte nota oficial: "Não há que se falar em demagogia diante da minha trajetória na vida pública.  A população de Mogi das Cruzes me conhece. É por ela e pela minha Cidade que ostento, com orgulho e devoção, a batalha contra o aterro sanitário. Eternamente, a instituição Bunkyo terá meu respeito. Por isto, insisto em querer ajudá-la para preservar sua imagem. E tenho certeza de que o povo mogiano tem o mesmo desejo. Espero que haja, apenas, a disposição de aceitar a nossa ajuda para tentar romper o contrato com a empresa que pretende levar adiante o repudiado projeto. O resto é perfumaria."


Porém, pelo twitter, ferramenta da qual faz uso constante, Junji disse que a sua carta aberta é a síntese da luta que a sociedade mogiana trava contra o aterro sanitário no Distrito Industrial do Taboão e que "o resto é tentar justificar o injustificável, pois a Diretoria do Bunkyo quer continuar com o patrocínio e não deseja ajuda". "Portanto, dentro da total racionalidade e lógica, a minha intenção é ajudar o Bunkyo a sair da encrenca e é assim a minha carta", acrescentou.


Através da sua assessoria, Junji justificou a economia de palavras na nota oficial ao fato de não querer criar polêmica, pois teme que a discussão com alguns membros da diretoria do Bunkyo acabe desvirtuando o principal foco da Cidade, que é impedir a instalação do aterro sanitário a qualquer custo. Ele explicou, ainda, que a Prefeitura não poderia – assim como não pode hoje - negar as certidões de diretrizes solicitadas pela Queiroz Galvão e que, neste momento, está empenhado em conseguir uma audiência com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, para defender a tese de que o aterro é uma questão interestadual, pois a sua instalação poderá comprometer a qualidade da água que abastece regiões de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Com isso, ele espera a interferência do Governo Federal no processo que tramita no Governo do Estado.


Assim como Junji, o presidente Kiyoji Nakayama afirmou ontem que o Bunkyo não quer criar polêmica e que encerra o assunto com o esclarecimento publicado na página 10 da edição de anteontem de O Diário. No documento, a associação afirma que nunca fez campanha a favor ou contra a instalação do aterro, mas mantém a cessão do seu espaço para a audiência pública.


Fonte:O Diário de Mogi