sábado, 11 de junho de 2011

Junji: Bunkyo quer distrair atenção para que Queiroz aprove o aterro

entrevista



Deputado falou sobre a carta enviada pelo clube à Imprensa e voltou a se colocar à disposição para ajudar
Bras Santos
Da Reportagem Local
Jorge Moraes


Junji Abe mostrou durante a entrevista homenagens que recebeu do Bunkyo e de outras associações, contestando a afirmação do clube de que ele nunca o ajudou
O deputado federal e ex-prefeito de Mogi das Cruzes Junji Abe (DEM) rebateu ontem todas as críticas e acusações feitas pela diretoria da Associação Cultural de Mogi (Bunkyo) em um esclarecimento distribuído à população, encaminhado na quinta-feira aos veículos de comunicação da cidade.


Demonstrando tranquilidade, Junji Abe afirmou que o tom agressivo do documento assinado pelo presidente da entidade, que congrega lideranças da colônia japonesa no município, Kiyoji Nakayama, teve como objetivo "justificar o injustificável", ou seja, a disposição do Bunkyo em ajudar a construtora Queiroz Galvão. 
A empreiteira mantém um contrato de patrocínio da Festa Akimatsuri (promovida pela associação) e utilizará as instalações do Bunkyo para realizar a audiência pública do aterro sanitário que pretende instalar no distrito industrial do Taboão, em Mogi das Cruzes.


No início do mês, o deputado federal que integra o movimento que luta politicamente contra a instalação do depósito de lixo da Queiroz Galvão publicou uma carta aberta se colocando à disposição da direção do Bunkyo para quebrar o contrato de patrocínio da festa, que é realizada todos os anos, e, desta forma, livrar a associação da obrigação (assumida em contrato com a empreiteira) de realizar a audiência pública, considerada decisiva para a consolidação do empreendimento da construtora.


Em resposta à carta aberta do deputado, a direção do Bunkyo divulgou anteontem um esclarecimento com pesadas críticas e acusações contra o deputado. Na conversa com o Mogi News, Junji e sua assessoria colocaram em dúvida a autoria do esclarecimento (que não teria sido redigido pelo Bunkyo) e alertaram para a possibilidade de os responsáveis pelo manifesto estarem tentando criar um debate (entre Junji e o Bunkyo) com a finalidade de desviar a atenção das lideranças políticas e da sociedade civil, pelo cancelamento em definitivo da audiência pública remarcada de junho para setembro.


Homenagens
Logo no início da entrevista, ainda na sala de reuniões de seu escritório político, que fica no centro de Mogi, Junji mostrou várias homenagens recebidas de associações da colônia japonesa, inclusive do Bunkyo. Uma das placas de "Honra ao Mérito" oferecida ao então prefeito da cidade (no ano de 2008, por ocasião do centenário da imigração japonesa no Brasil) é assinada pelo próprio Nakayama. "Avalio que essas placas e homenagens de associações japonesas e do próprio Bunkyo bastam para mostrar que o Junji Abe sempre ajudou o Bunkyo, a Festa do Akimatsuri e as associações instaladas em vários distritos da nossa cidade".




Agressividade
No esclarecimento aos jornais, além de sustentar que o ex-prefeito nunca ajudou a associação e a colônia japonesa, o Bunkyo duvidou da sinceridade de Junji ao oferecer ajuda para a quebra de contrato com a Queiroz Galvão e acusou o deputado de ter fornecido as certidões que a empreiteira precisava para instalar seu aterro em Mogi. O Bunkyo argumentou ainda que o ex-prefeito estaria tentando se passar por herói para fugir do papel de vilão. 
"Toda essa agressividade da diretoria tem a ver com a tentativa frustrada do Bunkyo de justificar o injustificável. Em 2003, eu dei uma certidão para a Queiroz Galvão, porque naquela época Mogi não tinha para onde mandar o seu lixo e a Prefeitura já tinha tentando instalar um aterro municipal. A tentativa não deu certo. A partir de 2004, com a terceirização da coleta e destinação do lixo da cidade, Mogi passou a não precisar mais de um aterro. E foi nesse momento que iniciamos a luta contra a construção de aterro no distrito do Taboão. Nossa luta não é contra a Queiroz Galvão, é contra a implantação de um depósito de lixo em uma área estratégica para a instalação de novas indústrias", argumentou o deputado federal. 


Luta
Junji garantiu que não guardará mágoas das críticas e dos ataques feitos pela direção do Bunkyo. "A minha carta aberta não teve, em momento nenhum, a intenção de prejudicar alguém. Só me coloquei à disposição para ajudar na luta contra a audiência pública e a instalação do aterro. Se alguém achou que o Junji agiu com demagogia ao propor ajuda, que me desculpe, mas eu vou morrer assim. Estou pronto para ajudar. Não acredito que essa manifestação do Bunkyo causará qualquer problema à minha relação com a colônia japonesa ou com os eleitores. A população me conhece e sabe do meu trabalho. O mais importante neste momento é não desviarmos do foco, que é a luta contra a audiência e a instalação desse aterro no Taboão", completou.


Fonte:Mogi News