sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Exame com contraste retorna segunda-feira


Exame com contraste retorna segunda-feira
SEX, 01 DE FEVEREIRO DE 2013 00:00
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Desde a inauguração em dezembro, aparelho da Santa Casa fez 110 ressonâncias magnéticas / Foto Arquivo


O agendamento de exames de ressonância magnética que necessitem da utilização de contrastes, pela Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes, deverá voltar ao normal a partir de segunda-feira (4). O serviço, inaugurado no mês passado, foi suspenso, temporariamente, por prevenção, levando-se em conta a morte de três pessoas que passaram pela mesma avaliação no equipamento de diagnóstico por imagens do Hospital Vera Cruz, em Campinas.

Segundo o médico radiologista responsável pelo serviço de ressonância da Santa Casa, José Fernando Denardi, a medida de cancelar os exames que utilizam contraste, que é uma substância química que permite uma análise detalhada das regiões do organismo de interesse do médico solicitante, foi tomada visando o bem estar e segurança dos pacientes. No entanto, como o hospital não utiliza material do mesmo lote de medicamentos interditados pela Vigilância Sanitária do Estado, não há porque manter a suspensão.

“Nós fizemos isso apenas por precaução, mas já determinamos que os exames voltem a ser agendados a partir de segunda”, garantiu o médico.

Ele destacou que os contrastes utilizados pela Santa Casa e também pelo Hospital Vera Cruz, de Campinas, que derivam da mesma substância chamada Gadolínio, são “o que existe de melhor no mercado”. “Não são de marcas de segunda linha e em todos esses anos de profissão nunca vi essa substância causar alergia em ninguém. Alias, há estudos que revelam que isso é, realmente, muito incomum já que   de 74 mil exames realizados, apenas 0,4% registrou algum tipo de reação alérgica”, salientou Denardi.

O responsável pelo setor de ressonância da Santa Casa avaliou que, na opinião dele, houve, no caso de Campinas, uma quebra e protocolo de assepsia. “Alguma agulha se contaminou, equipo contaminado, diluente fora dos padrões. É bom provável que isso tenha acontecido, mas acho muito difícil que tenha sido por causa do contraste”, afirmou.

A Vigilância em Saúde interditou o setor responsável pelo procedimento do Vera Cruz, por tempo indeterminado, e está investigando se o contraste tem relação com as mortes. Segundo o corpo clínico do hospital, dois homens, de 36 e 39 anos, e uma mulher, de 25 anos, - todos fizeram exames de ressonância magnética – faleceram após uma parada cardiorrespiratória.

Balanço

Apesar do setor de ressonância magnética da Santa Casa de Mogi, inaugurado no último dia 20 de dezembro com direito a coquetel e presença do prefeito Marco Bertaiolli (PSD), ter capacidade para realizar cerca de dois mil exames por mês, de acordo com Denardi, até o momento foram feitos apenas 110 avaliações de pacientes.

“A gente resolveu abrir devagar, marcar aos poucos os exames para não tumultuar. Nossa ideia é atender de maneira igual o paciente particular e o do SUS. Não fazemos um serviço porco”, explicou o médico responsável que trabalha para o grupo Assemed, contratado de forma terceirizada pelo Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (Cejam), parceiro da Prefeitura na instalação do equipamento, que teve custo de R$ 1,4 milhão. (Sabrina Pacca)

Fonte:O Diário de Mogi