sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Alckmin diz que usina vai inviabilizar lixão


Alckmin diz que usina vai inviabilizar lixão
SEX, 01 DE FEVEREIRO DE 2013 00:00
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Dilma Pena, Marco Bertaiolli e Geraldo Alckmin conversaram ontem, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo / Foto Divulgação


O governador Geraldo Alckmin (PSDB) voltou a se colocar ontem (31) ao lado de Mogi das Cruzes na luta contra o aterro sanitário da Queiroz Galvão. Em evento sobre o saneamento, no Palácio dos Bandeirantes, ele afirmou novamente que, se o Município não quiser, não será instalado um lixão na Cidade.

O chefe do Estado disse, ainda, que a Região caminha para uma melhor solução na destinação final do lixo, que é a implantação de uma usina de incineração de resíduos, com geração de gás e energia e capitaneada pelo Governo por meio da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

“A melhor solução é de um consórcio para uma usina com grande participação técnica e financeira da Sabesp e com participação dos municípios”, declarou o governador, ao reafirmar a sua posição quando questionado se, com essa nova reviravolta no caso do aterro sanitário da Queiroz Galvão, mantinha a opinião declarada anteriormente de que, se Mogi das Cruzes não quiser, não será instalado um aterro sanitário no Município.

“Não só Mogi como a Região porque já estamos caminhando para uma solução melhor na questão do lixo”, sustentou o governador, que atendeu a reportagem de O Diário durante uma entrevista voltada para o lançamento dos planos municipais de saneamento nas bacias de Mogi-Guaçu e Alto Paranapanema.

Informado minutos antes da entrevista pela presidente da Sabesp, Dilma Pena, sobre a reunião que aconteceria na sequência para discutir o consórcio destinado à implantação da primeira usina de incineração de lixo do Brasil, alternativa que ela defende como mais sustentável para o problema do lixo, o governador se mostrou empolgado com os avanços nas tratativas e, principalmente, na união dos municípios para uma solução regional.

“Estou confiante nesse trabalho, que pode ser um exemplo para o Brasil porque essa questão do destino final dos resíduos sólidos não deve ser uma decisão só municipal, precisa ser regional. Então, o consórcio do Alto Tietê unindo os municípios e mais o Governo do Estado, através da Sabesp, que é a maior empresa de saneamento do mundo, vai viabilizar essa usina para destinação do lixo, produção de energia, trazendo benefícios para a Região”, argumentou o governador.

O prefeito Marco Bertaiolli (PSD) ficou satisfeito com o apoio declarado pelo governador e pelas novidades no projeto da usina (leia mais nesta página), mas adiantou que ainda espera por uma audiência com o secretário de Estado do Meio Ambiente, Bruno Covas, para saber o que motivou essa retomada no processo da Queiroz Galvão pela Cetesb e os possíveis desdobramentos disso.

“Volto a dizer que contra a vontade de Mogi esse aterro não será implantado. E digo mais. Mesmo que a Cetesb considere que o projeto tem viabilidade técnica, ele não terá sustentabilidade porque não vai receber o lixo de Mogi, de Suzano e das outras cidades vizinhas”, declarou.

O apoio de Suzano nessa luta contra o lixão, Bertaiolli já tem. Ontem, o prefeito suzanense Paulo Tokuzumi (PSDB) afirmou que a sua cidade não tem qualquer pretensão de ter aterros sanitários como destino final dos resíduos sólidos e, por isso mesmo, a Prefeitura fará o que for necessário para viabilizar a sua participação no consórcio para a futura usina de incineração.

A presidente da Sabesp, Dilma Pena, também aponta a implantação da usina como uma alternativa aos aterros sanitários, sabiamente problemáticos. “É uma tecnologia mais avançada, moderna e sustentável”, resumiu.

Ela afirmou, ainda, que resolver o problema do lixo é fundamental para limpar os rios. “Se não resolver isso (a destinação dos resíduos), teremos investido R$ 6 bilhões em saneamento, só nesta gestão, e não vamos conseguir limpar o Rio Tietê”, argumentou a presidente da estatal.

Oficial

A Queiroz Galvão tem até às 18 horas de hoje para responder ao questionamento feito pela Cetesb se tem interesse em seguir com o processo de licenciamento do aterro no Taboão. Caso não se manifeste –a imprensa só será informada disso na segunda-feira, como já adiantou a assessoria da companhia -, um segundo ofício com a mesma pergunta será enviado, com prazo de mais sete dias para a empresa responder. Se disser que vai continuar com o projeto, a Cetesb irá agendar uma audiência pública.

Fonte:O Diário de Mogi