Delcimar Ferreira
Da Região
Jorge Moraes
As mulheres votam ativamente, mas poucas disputam cargos
Muito se fala da importância da mulher na política. Em 2010, com a eleição da primeira mulher presidente da República acreditou-se que haveria uma maior participação. Na prática, as limitações da lei eleitoral, aliada ao ambiente ainda masculinizado dos partidos e, por consequência, o baixo interesse, ainda é muito difícil consolidar um número expressivo de pessoas do sexo feminino para participar das eleições. Na região, a situação não é diferente e as mulheres ainda encontram resistências internas.
No ano passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) editou uma nova resolução sobre a escolha e o registro de candidaturas a vereador e estipulou em seu artigo 20º, que do total de vagas requeridas de cada partido ou coligação precisa preencher obrigatoriamente o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo.
O que ocorre é que tradicionalmente as siglas ainda têm mais representantes masculinos e os 30% ficam para as mulheres interessadas. Os porcentuais estão fixados conforme previsto na Lei das Eleições, a 9.504/97. Para um município como Poá, por exemplo, que a partir do próximo ano passará a ter 17 cadeiras na Câmara, no caso dos partidos que concorrem isoladamente, dos 26 candidatos a que têm direito, oito devem estar na cota dos 30% e 18 nos 70%.
Preencher os porcentuais mínimos acaba não sendo o problema maior, mas sim conseguir candidaturas femininas, dado ainda ao baixo interesse e ao rompimento de uma cultura pré-estabelecida no passado político brasileiro. Quem enfrenta mais dificuldades neste contexto são os partidos de menor expressão nas urnas nos últimos anos. O presidente do diretório municipal do PSOL, em Poá, Carlos Datovo acredita que a lei restringe a participação: "A lei pede os 30% sob do número de cadeiras. Se não tem, vai-se para a lista de candidatos, então isso acaba limitando. No nosso caso, que temos mais interessados homens, não podemos lançar mais candidatos porque está difícil conseguir mais mulheres."
O PSOL poderia lançar até 26 representantes, mas por causa da obrigatoriedade, trabalha com 20 para atender à legislação.
Fonte:Mogi News