domingo, 1 de julho de 2012

Eleições 2012 Candidatura feminina é a minoria



Partidos têm dificuldades para atrair o sexo feminino, o que interfere no número final de candidatos da legenda
Delcimar Ferreira
Da Região

Jorge Moraes
As mulheres votam ativamente, mas poucas disputam cargos
Muito se fala da importância da mulher na política. Em 2010, com a eleição da primeira mulher presidente da República acreditou-se que haveria uma maior participação. Na prática, as limitações da lei eleitoral, aliada ao ambiente ainda masculinizado dos partidos e, por consequência, o baixo interesse, ainda é muito difícil consolidar um número expressivo de pessoas do sexo feminino para participar das eleições. Na região, a situação não é diferente e as mulheres ainda encontram resistências internas.


No ano passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) editou uma nova resolução sobre a escolha e o registro de candidaturas a vereador e estipulou em seu artigo 20º, que do total de vagas requeridas de cada partido ou coligação precisa preencher obrigatoriamente o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. 
O que ocorre é que tradicionalmente as siglas ainda têm mais representantes masculinos e os 30% ficam para as mulheres interessadas. Os porcentuais estão fixados conforme previsto na Lei das Eleições, a 9.504/97. Para um município como Poá, por exemplo, que a partir do próximo ano passará a ter 17 cadeiras na Câmara, no caso dos partidos que concorrem isoladamente, dos 26 candidatos a que têm direito, oito devem estar na cota dos 30% e 18 nos 70%.


Preencher os porcentuais mínimos acaba não sendo o problema maior, mas sim conseguir candidaturas femininas, dado ainda ao baixo interesse e ao rompimento de uma cultura pré-estabelecida no passado político brasileiro. Quem enfrenta mais dificuldades neste contexto são os partidos de menor expressão nas urnas nos últimos anos. O presidente do diretório municipal do PSOL, em Poá, Carlos Datovo acredita que a lei restringe a participação: "A lei pede os 30% sob do número de cadeiras. Se não tem, vai-se para a lista de candidatos, então isso acaba limitando. No nosso caso, que temos mais interessados homens, não podemos lançar mais candidatos porque está difícil conseguir mais mulheres." 
O PSOL poderia lançar até 26 representantes, mas por causa da obrigatoriedade, trabalha com 20 para atender à legislação.


Fonte:Mogi News