sábado, 26 de maio de 2012

Saneamento IBGE revela: 10% dos mogianos vivem com esgoto na porta de casa


O índice registrado no município, porém, é um pouco menor do que a média nacional, que é de 12%
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho

Desafio é diminuir ainda mais a falta de saneamento básico em bairros que têm mais carências
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram que pelo menos 34.047 habitantes de Mogi das Cruzes, ou seja, 10% da população, convivem com o esgoto a céu aberto na porta de casa. Com este índice, a cidade tem a segunda maior taxa de esgoto irregular próximo a residências entre as cidades do Alto Tietê, representando uma parcela 24% dos 140.357 habitantes que vivem nestas condições na região. 
Para se ter uma ideia, este número de moradores que responderam ao questionário do Censo 2010 que moram perto de valas ou córregos onde o esgoto domiciliar é despejado diretamente é maior do que o total da população de Biritiba Mirim, Salesópolis e Guararema. O índice é um pouco menor do que a média nacional, que é de 12%. Em Mogi, pelo menos 9.457 residências estão em áreas urbanas com pouca estrutura de saneamento básico. Na região, este número sobe para 38.669 domicílios. 
Os dados mostram que as cidades têm um desafio para os próximos anos, uma vez que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo quer despoluir o rio Tietê até 2018 e, para isso, precisa coletar e tratar 100% do esgoto da região.


Desde o ano passado a cidade realiza obras de urbanismo e saneamento no bairro Jardim Aeroporto III e deve começar em breve as obras de coleta e tratamento de esgoto que atenderá os moradores do Jardim Novo Horizonte, além do Parque Vitória e Pedra Branca, que são bairros de divisa com Itaquaquecetuba. Há ainda duas etapas de obras previstas para 2015 e 2019. A verba liberada para as intervenções também são da Sabesp. 
De acordo com o especialista em administração pública, Rafael Tartaroti, as áreas com o maior índice de vulnerabilidade social também são afetadas com fatores que atingem diretamente a qualidade de vida das famílias. 
"Um bairro com esgoto a céu aberto expõe falhas nas políticas de habitação e de saneamento básico, além de impactar na qualidade de vida, sobretudo da saúde dos habitantes. O investimento nestas políticas é essencial para solucionar os diversos problemas de saúde pública que podem ser gerados. É evidente que esses bairros precisam de uma atenção maior, de projetos de médio e longo prazos, e não de ações somente imediatistas, como a canalização de esgotos e córregos", disse o especialista.


A cidade com o maior percentual de habitantes vivendo próximo ao esgoto sem tratamento correto é Itaquaquecetuba: cerca de 36% entre os 140 mil moradores estão nesta situação. Esse índice é o equivalente a 50.331 habitantes. Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Tiago Machado, a Sabesp já iniciou algumas intervenções para aumentar a capacidade de tratamento e coleta de esgoto no município. "Estão sendo instaladas em vários pontos da cidade estações elevatórias de tratamento de esgoto, tudo isso para atender a demanda, que é grande", detalhou. Em paralelo, a pasta trabalha na elaboração do Plano Municipal de Saneamento, que envolve o tratamento e coleta de esgoto, abastecimento e tratamento de água, destinação dos resíduos sólidos e rede de drenagem na cidade. 


Fonte:Mogi News