sábado, 26 de maio de 2012


Resíduos sólidos
Usina deve custar R$ 300 mi
Consórcio de municípios estuda a implantação da usina, que irá exigir ao menos 100 operários
Noemia Alves 
Da Reportagem Local
Erick Paiatto

Jean Ceari Negri, da Sabesp, falou sobre custos e outros detalhes para a implantação de uma usina de incineração de lixo no Alto Tietê
Mesmo com uma Parceria Público-Privada com um órgão estatal (Sabesp), obtendo financiamento do Banco Internacional de Desenvolvimento, a usina de incineração de lixo e geração de energia proposta pelo consórcio de Mogi e mais quatro municípios do Alto Tietê irá necessitar de muitos recursos: ao menos R$ 300 milhões para investimentos de implantação e outros R$ 360 milhões por ano para manutenção. 
A estimativa é do engenheiro da Sabesp, Jean Ceari Negri, tomando por base as usinas em funcionamento na Alemanha e França. "Na Europa, uma usina como esta pretendida no Alto Tietê, com incineração de 500 toneladas por dia de lixo, requer um investimento de até R$ 300 milhões, além de um trabalho de manutenção no controle de combustão, tratamento de emissão de gases, mão de obra, que deverá custar entre 5% e 10% desse valor por mês. Contudo, por se tratar de uma situação inédita no Brasil, precisamos fazer um cálculo mais personalizado, com base no Plano Regional Integrado do tratamento de resíduos sólidos, que deve ser elaborado pelos municípios do consórcio e incluir as informações no processo licitatório para contratação da empresa responsável pelo serviço", explicou Negri. 
A estimativa, segundo ele, é de que a concorrência pública seja iniciada no ano que vem e dure em torno de oito meses. "Trata-se de um processo árduo, que ocorrerá de maneira internacional, e, se não tiver contestações, deve terminar somente no fim de 2013 e obras iniciadas em 2014", conta. No certame, segundo o engenheiro da Sabesp, deve ser estabelecida também a capacidade de produção da usina, que deve conter até dois fornos de incineração, visando a sua ampliação, assim como receita gerada e também número de trabalhadores. "Sabe-se que são necessários, para este tipo de usina, 50 empregadores em cada turno; e como ela irá funcionar 24 horas ininterruptamente, então, diretamente deve ter pelo menos 100 empregos, sem contar a questão da coleta seletiva, a construção da usina, o transporte dos resíduos, entre outros". 
Líder comunitário do bairro do Itapety e membro do movimento "Aterro, Não", Silvio Marques aprovou a proposta apresentada pela Sabesp. "É o que há de mais moderno em tratamento de lixo pelo qual o movimento contra o Lixão vem batalhando há tempos. É verdade que trata-se de uma medida em longo prazo, mas já é preciso pensar nisso e as cidades fazerem sua parte, ampliando a coleta seletiva, e, se necessário, fazer um serviço de compostagem", observou. 
O prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (PSD) confirmou a entrega do Plano de Resíduos Municipal até o fim do ano e adiantou que ele terá o uso de sistema de compostagem.


Fonte:Mogi News