domingo, 6 de maio de 2012

Polêmica Bertaiolli garante: "Todo paciente com câncer será atendido no Luzia"


Prefeito disse que todo início de um serviço é complicado mesmo e leva algum tempo até a adaptação
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho

Hospital mogiano pode perder o credenciamento, o que complicou a vida de pacientes do SUS. Estado vai fazer nova auditoria
O prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (PSD) garantiu que "todo paciente mogiano com câncer será atendido pelo Hospital Luzia de Pinho Melo", independentemente de ter recebido o diagnóstico da doença recentemente ou se estava em tratamento no Hospital do Câncer "Dr. Flávio Isaías Rodrigues". O hospital do Estado, porém, está recebendo, no momento, somente aqueles que já eram tratados aqui; os novos casos estão sendo encaminhados para a capital. Durante a semana, o MN mostrou a dificuldade que essas pessoas enfrentam para obter informações sobre onde fazer o tratamento.

Segundo o prefeito, a dificuldade encontrada por alguns pacientes para agendamento no tratamento no hospital é "atípica e que deve ser sanada em breve pelo governo do Estado". "Todo início de um serviço é complicado mesmo e leva algum tempo até adaptação. O Hospital Luzia de Pinho Melo está absorvendo um serviço que até então era de um prestador de serviço. Ou seja, o problema (de atendimento e tratamento de pacientes com câncer) não pertencia ao Estado, e sim de uma unidade particular que prestava serviço à Secretaria de Saúde e que, por sua vez, não o fez direito. O governo do Estado então teve de assumir esse serviço, o que leva tempo para ter ajustes. O governador Geraldo Alckmin prometeu prestar assistência aos pacientes a partir de maio até o fim do ano, então acredito que a palavra dele será cumprida e gradativamente o serviço será realizado com qualidade", afirmou Bertaiolli. 
No decorrer da semana, o jornal constatou que apenas pacientes com câncer de Mogi e região, em tratamento, é que conseguiam marcar consulta no Hospital Luzia de Pinho Melo. A reportagem ligou no telefone             (11) 3583-2876       para o agendamento de consultas e esclarecimento de dúvidas, e acabou encaminhada para outros dois números: 4721-1797 e 4798 6745, este último da Secretaria Municipal de Saúde. Nos dois locais, a reportagem recebeu a seguinte informação de funcionários: "Só podemos atender aqueles pacientes que constam em nossa lista e não temos previsão de quando novos casos poderão fazer o agendamento" e "Casos novos de câncer não serão tratados em Mogi. A maioria dos casos vai para o Icesp, mas, dependendo do caso, o paciente pode ir para outras regiões do Estado".


Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde reforçou que o atendimento "será pleno a partir de julho". "O Hospital de Clínicas Luzia de Pinho Melo está, neste momento, estruturando seu serviço de quimioterapia. Assim como acontece em qualquer serviço de saúde, a implantação ocorre de forma gradativa, e deve ser consolidada até o mês de julho. Conforme anunciado recentemente pela pasta, os pacientes atendidos até agora no Hospital do Câncer ´Dr. Flávio Isaías Rodrigues´ já estão sendo absorvidos pelo Luzia. São cerca de 600 pacientes que realizam hormonioterapia e outros 78 que fazem quimioterapia. Todas essas pessoas serão atendidas por oncologistas do Luzia e, portanto, terão seu tratamento garantido no município de Mogi das Cruzes. Em relação aos novos pacientes, a Secretaria esclarece que eles serão encaminhados ao Luzia de Pinho Melo de forma gradativa, na medida em que o hospital for expandindo seu serviço de oncologia", diz a nota. 


Auditoria
A situação do Hospital do Câncer "Dr. Flávio Isaías Rodrigues" continua delicada. A Secretaria de Estado da Saúde confirmou ao jornal que fará uma nova auditoria, mas ao mesmo tempo garante que o descredenciamento é irreversível.


Trata-se da revisão da investigação realizada nos últimos oito meses e que culminou no pedido de descredenciamento ao Sistema Único de Saúde (SUS), gerenciado pelo Ministério da Saúde. 
No documento que fala dessa nova investigação consta que "será realizada uma nova auditoria para averiguar os indícios de irregularidades constatadas no relatório e, com a efetiva comprovação deste ato, será cobrado erário". A principal justificativa apresentada até então pelo governo do Estado era de que o Hospital do Câncer havia cometido irregularidades, entre as quais cobrança em duplicidade em procedimentos e fraudes que acarretariam em prejuízo de até R$ 20 milhões aos cofres públicos. 
Procurada pela reportagem, a direção do Hospital do Câncer evitou tecer comentários. Por meio da Assessoria de Imprensa, a instituição voltou a reafirmar inocência nas acusações do governo do Estado.


Fonte:Mogi News