sexta-feira, 4 de maio de 2012

A falta de professores



As condições de trabalho tidas como privilegiadas e o melhor salário em comparação com outras prefeituras não têm sido suficientes para atrair os professores à rede pública municipal, em uma situação inusitada, que preocupa a coordenação da Secretaria Municipal de Educação e os pais de alunos que estão sendo atendidos por estagiários, neste início de ano letivo.


A gravidade da situação levou a secretária Maria Geny Borges Ávila Horle a pedir paciência aos pais de alunos. Há duas semanas, este jornal mostrou o déficit de profissionais em algumas unidades municipais. O mais preocupante é que, a curto prazo, a situação não será debelada.


Entre as causas para a falta de professores, está o aumento da demanda de 20% no número de estudantes atendidos pela rede municipal em relação ao ano passado. Hoje, a Administração Municipal educa 37 mil alunos nos ensinos regular e integral.


A divulgação dessas dificuldades é uma tentativa de atrair à Rede Municipal professores, que poderão suprir o déficit, até a conclusão da seleção de educadores em concurso público em andamento. A expectativa é de concluir esse processo até junho, quando então as vagas em aberto serão preenchidas.


No momento, no entanto, a baixa adesão à chamada de professores temporários, obrigou a utilização de estagiários, uma alternativa para minimizar os efeitos negativos dessa realidade, impensável até pouco tempo atrás, quando as vagas para a Educação de Mogi, sempre foram muito disputadas.


Essa falta de interesse dos professores reflete, de alguma forma, o desestímulo verificado por uma carreira que, no passado, era concorrida. Áureos os tempos em que ser professor era senha para um privilegiado status social.


A mudança nesse quadro merece a atenção da sociedade civil, do poder público. É preciso buscar as devidas respostas para o esvaziamento dessa mão de obra crucial para o desenvolvimento humano e social.


Se com os professores, a educação anda pelas tabelas, o que será do futuro de nossos filhos e netos sem eles?


O problema enfrentado por Mogi das Cruzes reflete os anos de políticas públicas equivocadas, que primam por desvalorizar a educação e os educadores.


Um verdadeiro drama, que leva a Cidade a se ver refém de uma situação improvável como essa. Não há como obrigar um professor a atender ao chamado para o trabalho, mas é urgente, a partir dessa comprovação, encontrar meios para atrair esse profissional. Em especial, no momento em que a municipalização avança e apresenta resultados positivos.


Fonte:O Diário de Mogi