quarta-feira, 21 de março de 2012

Transporte Motoristas ameaçam entrar em greve


No próximo dia 30, categoria fará duas assembleias para definir se vai ou não paralisar os serviços em Mogi
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Mayara de Paula
 
Na reunião, trabalhadores manifestaram possibilidade de greve caso salários não sejam reajustados
Os motoristas das duas empresas de transporte coletivo da cidade ameaçam cruzar os braços, no fim do mês de maio, caso não haja acordo sobre o pedido de reajuste salarial de 54%, além do atendimento de outras reivindicações da categoria. Ontem, pelo menos 50 motoristas fizeram uma reunião na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários de Mogi das Cruzes e Região para afinar a pauta para a campanha salarial 2012. No próximo dia 30, eles se reúnem novamente em duas assembleias ordinárias para definir se vão ou não paralisar o serviço por tempo indeterminado. A frota atual que opera na cidade é de 214 ônibus. 
A primeira reunião da categoria aconteceu na sede do sindicato, na avenida Governador Adhemar de Barros, na Vila Rubens. Além de motoristas da CS Brasil e da Princesa do Norte, concessionários das linhas no município, o encontro também contou com profissionais da Empresa Metropolitana de Transporte Urbano (EMTU) e de outras de turismo rodoviário de Mogi e região. A categoria se uniu para pressionar as empresas a aumentar o piso salarial do motorista, que hoje ganha R$ 1.220 no salário A, enquanto que na capital o salário é de, no mínimo, R$ 1.800. Eles também pedem a extinção do chamado salário B, que é de R$ 940 para motoristas recém-contratados. "Só depois de um ano de trabalho é que o motorista passa a ganhar R$ 1.200, que já é muito pouco. Queremos um salário digno, até porque, na maioria dos dias, fazemos uma carga horária de quase 12 horas por dia", reclamou um funcionário da Princesa do Norte, que pediu para não ter o nome revelado, por medo de represálias. 
A categoria também reivindica outros benefícios como cesta básica, folgas semanais, vale-alimentação de R$ 390 (hoje é de R$ 260) e participação dos lucros da empresa. Este último item, inclusive, poderá embasar os argumentos das empresas concessionárias para mais um reajuste na passagem de ônibus municipal, que hoje é de R$ 2,90.


O sindicato irá apresentar as solicitações às empresas após o dia 30. Se até o final do mês de maio, quando termina a campanha salarial da categoria, não houver acordo, os motoristas pretendem cruzar os braços por tempo indeterminado. "Estamos contentes porque pela primeira vez a categoria se uniu com o sindicato para pedir o que é direito do trabalhador. Se eles acharem que devem parar, o sindicato vai dar todo o apoio e vai parar", destacou o vice-presidente do sindicato, Felix Serran de Barros. 


Empresas
Em nota, a CS Brasil informou que, até o momento, não recebeu comunicação oficial à respeito das reivindicações, e que a empresa cumpre o estabelecido no acordo coletivo de trabalho. A reportagem procurou a Princesa do Norte, mas um funcionário da garagem informou que somente a diretoria poderia se posicionar sobre o acordo, e que isso seria feito hoje.


Fonte:Mogi News