sexta-feira, 9 de março de 2012

Suzano Lixo despejado na área da Piaget foi aterrado


De acordo com promotora, a Prefeitura de Suzano preparou o terreno para a construção da faculdade
Ariane Noronha 
De Suzano
Daniel Carvalho

Além de resíduos domésticos e industriais, área da Piaget recebeu lixo hospitalar e de cemitério
O lixo que foi despejado na área onde hoje está implantado o campus da Faculdade Piaget foi aterrado pela Prefeitura de Suzano, que não teria feito a limpeza do terreno antes de conceder o espaço à instituição, mas apenas espalhado a sujeira e coberto com terra. A afirmação é da promotora de Justiça Celeste Leite dos Santos, que declarou ainda que o local, além de ter acolhido resíduos domésticos e industriais em meados da década de 1990, também recebeu lixo hospitalar e de cemitérios.


Com base nos relatórios enviados pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) ao Ministério Público (MP), a promotora concluiu que entre 1997 a 2009 o local recebeu todo tipo de detrito. "A prefeitura, em vez de coibir a ação e fazer a limpeza da área, colocou uma máquina para espalhar o material e, em seguida, cobriu tudo com terra. Desta forma, a área oferece riscos sim", declarou. Segundo ela, a Faculdade Piaget não apresentou o cronograma de obras que detalharia todas as etapas do processo para a implantação do campus antes de ser iniciada a construção. "Há dois anos eu já falava que teriam de cumprir todas as cláusulas do contrato, que envolve a recuperação ambiental de toda a área. Mas não houve providências", revelou.


O local onde foi implantado o campus da Faculdade Piaget, em Suzano, já recebeu 22 autuações da Cetesb, nas décadas de 1990 a 2000, entre multas e advertências pelo recebimento irregular de lixo doméstico e industrial. As autuações foram lavradas em nome da Coletora Pioneira S/C Ltda., que presta serviços de coleta e limpeza no município, e da Empresa de Mineração Jardim Monte Cristo Ltda. 
A Prefeitura de Suzano, na época, foi dispensada de licença com a observação de que caso ocorresse supressão de vegetação, intervenção em Área de Preservação Permanente ou recuperação da área degradada, haveria necessidade de autorizações específicas. Em 2010, foi formalizado um pedido de licença para a instalação de um parque municipal no entorno da Lagoa Azul. A licença foi concedida com a exigência de que fosse feita a recuperação da área. 
No último dia 29, a Piaget protocolou um ofício declarando que vai providenciar uma investigação detalhada da área. A instituição já havia apresentado outro estudo.


Fonte:Mogi News