Mogi busca clínica para viciados

JULIANA CONTE


ESPECIAL PARA O DIÁRIO
A falta de vagas em clínicas especializadas no tratamento de dependentes químicos, no Alto Tietê, se transformou num problema para a Prefeitura de Mogi das Cruzes, que tem recorrido a unidades em outras regiões do Estado para o cumprimento dos mandados judiciais de internação compulsória, em sua maioria, crianças e adolescentes. Só no ano passado, foram 12 casos deste tipo. Agora, depois de três tentativas sem sucesso, a Secretaria Municipal de Saúde lançou uma quarta licitação pública para a contratação dos serviços de uma clínica regional. 
"Geralmente as instituições daqui não possuem alguns requisitos técnicos exigidos. São necessários funcionários especializados para atender crianças e adolescentes, pois eles relutam muito em aceitar o tratamento. Além disso, alguns centros não possuem vagas para atender um paciente que precise ficar internado por mais de cinco meses", explica o secretário-adjunto de Saúde de Mogi das Cruzes, Marcello Cusatis.
O defensor público Gediel Claudino de Araújo ressalta que o número de ações judiciais que obrigam a Prefeitura a oferecer tratamento para dependentes químicos vem aumentando consideravelmente nos últimos meses.
"As pessoas estão se conscientizando melhor sobre seus direitos. Há alguns meses, chegavam até nós poucos casos e a procura era muito baixa. Agora, pelo menos uma vez por semana recebemos alguém pedindo internação", relata Araújo.
Dados da Secretaria Municipal de Saúde confirmam o que diz o defensor, já que apontam uma evolução das internações de menores por determinações judiciais. Para se ter uma ideia, em 2009 foram registradas somente duas internações no espaço de um ano. Em 2010, foram quatro e, no ano passado, esse número subiu para 12.
Por não existir uma clínica especializada no tratamento de dependentes na Região, essas internações custaram aos cofres públicos quase R$ 180 mil.
"Se houvesse uma instituição aqui nas proximidades, conseguiríamos reduzir esse custo, pois não seria necessário gastar tanto com ambulâncias, já que as clínicas ficam geralmente nas cidades de Itapira, Sorocaba e Taubaté. Além disso, teríamos uma unidade fixa", relata o secretário-adjunto.


Pedido Antigo


Desde 2010, está em discussão, junto ao Governo do Estado, a instalação de uma clínica de reabilitação de dependentes químicos no Alto Tietê e a cidade de Mogi das Cruzes é a mais cotada para receber a unidade. O imóvel para esse fim, que fica na Serra do Itapeti (no antigo SPA), já foi inclusive vistoriado e aprovado pelos técnicos da Secretaria de Estado de Saúde. No entanto, ainda não há prazos para que esse centro seja entregue.


Fonte:O Diário de Mogi