Secretaria de Estado da Saúde respondeu ontem que deputado mogiano está desinformado em relação ao processo de auditoria no hospital
Mayara de Paula
Deputados visitaram Hospital do Câncer e disseram ter encontrado divergências entre o governo estadual e a direção do estabelecimento
A Secretaria de Estado de Saúde contestou ontem as críticas feitas por deputados estaduais, integrantes da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, que querem abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a conduta do governo contra o Hospital do Câncer "Dr. Flávio Isaías Rodrigues", em Mogi.
A Assessoria de Imprensa da pasta, chefiada por Giovanni Guido Cerri, encaminhou ontem carta ao Mogi News rebatendo as declarações dadas pelos deputados estaduais, entre os quais Luiz Carlos Gondim Teixeira (PPS), de que haveria "má fé" e "perseguição" do governo estadual contra a unidade mogiana, que presta serviços e tratamento oncológico a pacientes de Mogi e do Alto Tietê.
Durante visita à unidade anteontem, os parlamentares se surpreenderam com as divergências de informações apresentadas pela direção do hospital e pelo próprio secretário Giovani Cerri, em audiência na Assembleia Legislativa, de supostas irregularidades no hospital de Mogi, com fraude de até R$ 20 milhões. Por conta do desencontro de informações, Gondim declarou a intenção de apresentar um pedido de abertura de CPI.
A Secretaria de Estado da Saúde, por sua vez, respondeu ontem que "o deputado Luiz Carlos Gondim Teixeira está no mínimo desinformado em relação ao processo de auditoria realizado pela Secretaria de Estado da Saúde".
"Um trabalho técnico, realizado por profissionais com expertise no assunto, e que culminou em um relatório pormenorizado, de 46 páginas, no qual foram apontadas irregularidades em 85% dos prontuários analisados", diz a carta. E segue: "Não há "denúncias", mas fatos concretos, apurados por meio de farta documentação, indo desde cobrança em duplicidade do SUS e de convênios, passando pela cobrança, sempre a maior, de procedimentos médicos não executados, e até a realização de tratamentos experimentais de câncer sem o prévio consentimento de pacientes. O deputado Gondim, que é médico, sabe que a Secretaria não pode ser conivente com gestões temerárias do dinheiro público".
De acordo com o governo do Estado, a auditoria apontou que o centro oncológico de Mogi "não tem condições de funcionar como Unacon (Unidade de Alta Complexidade em Oncologia). "Não há ´má vontade´ ou ´pretensão de promover a empurroterapia´, como disse o deputado. Tanto esta acusação não é verdadeira que uma equipe do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) já visitou o Hospital de Clínicas Luzia de Pinho Melo e o Hospital Geral de Guarulhos para avaliar a infraestrutura dos serviços e verificar a viabilidade de implantação de atendimento oncológico especializado nessas unidades para que pacientes com câncer possam ter assistência especializada próximo do local onde residem".
Apesar da carta, a Secretaria de Estado da Saúde não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre o pedido de aditamento do prazo feito pela direção do Hospital do Câncer e apresentação de mais documentos. Também não respondeu sobre prazos e ações para adequação do Luzia de Pinho Melo para atender pacientes em radioterapia e quimioterapia.
Gondim
O deputado Gondim divulgou a seguinte nota em resposta: "Minha única e exclusiva preocupação é com os pacientes com câncer de Mogi das Cruzes e região para que possam fazer o seu tratamento de quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e cirurgias no mesmo ambiente. Sou adversário político do senhor Flávio Isaías, mas me preocupo que se fechar este atendimento, até o aparelhamento do Hospital Luzia de Pinho Melo, isso possa acarretar prejuízos aos pacientes. Reitero que não tive acesso ao relatório preliminar, mas se o documento final apontar irregularidades defendo o fechamento do serviço no Hospital do Câncer de Mogi das Cruzes".
Fonte:Mogi News
