Deize Batinga
Da Reportagem Local
Maurício Sumiya
Silva Junior foi preso ontem; a polícia já suspeitava dele, que era de confiança da família Yoshifusa
Foram mais de quatro horas de depoimento até que o pintor Antônio Carlos Rodrigues da Silva Júnior, de 30 anos, o Tartaruga, confessasse o assassinato das irmãs Renata de Cássia Yoshifusa, 21, estudante de Direito e estagiária do Juizado Especial Criminal (Jecrim) do Fórum de Mogi das Cruzes, e Roberta Yuri Yoshifusa, 16. Amigo da família há mais de 15 anos, ele não informou o motivo do crime e negou qualquer tipo de violência sexual contra as vítimas. Mesmo diante disso, a polícia não descarta a possibilidade de ele ter violentado sexualmente as irmãs antes de matá-las de forma brutal.
Na tentativa de despistar a polícia, o pintor chegou a mexer na cena do crime e inventou um suposto assalto seguido de estupro. No primeiro depoimento, ainda na noite de anteontem, ele teria dito que chegou a lutar com três homens que invadiram a casa para assaltar e violentar as vítimas. Chegou inclusive a mostrar um ferimento feito com faca no abdome e outro em um dos braços. "A perícia no local do crime foi fundamental para desmentir a versão apresentada por ele (Tartaruga). Como ele diz que lutou com três homens dentro de uma casa com o chão repleto de sangue e não existem marcas de pegadas dos criminosos na fuga?", questionou o delegado Luiz Roberto Biló, titular da Delegacia de Homicídios.
Segundo o Mogi News apurou, o pintor teria chorado muito durante o depoimento e informou que o crime não foi premeditado. Minutos antes do assassinato, ele conversava com a estudante de Direito, que tentava lhe explicar como funcionava um processo no Jecrim. Ele então teria saído da sala para ir ao banheiro e, sem saber o porquê, foi até a cozinha, pegou uma faca e sem que a vítima percebesse sua aproximação lhe cortou a garganta. A irmã mais nova teria momentos depois descido do quarto para a sala e ao ver a cena também foi atacada por ele.
Questionado sobre o estupro, Tartaruga teria sido categórico e informado que tirou as roupas das vítimas para dar mais veracidade para a versão de invasão do imóvel, mas que em momento nenhum as teria violentado. "Precisamos aguardar os laudos do Instituto Médico-Legal (IML), mas, para a polícia, ele é suspeito de ter estuprado as duas", informou Biló.
Tartaruga tinha uma relação muito próxima com a família das vítimas, pois prestava serviços gerais na casa, por isso era considerado de total confiança. Ele trabalhava para a família há 15 anos, viu Renata e Roberta crescerem: "Ele era como um filho para os pais delas", contou o delegado. Essa proximidade é evidente na troca de mensagens de amizade na rede social. Coincidência ou não, uma postagem com data de 8 de outubro mostrou uma certa preocupação da mãe das garotas, Rita Yoshifusa, devido a um comentário sobre a "mulher ideal" feito pelo pintor no Facebook.
A prisão temporária do acusado por 30 dias foi decretada pelo juiz de plantão Emerson Nório Chinen, de Itaquá, no início da noite de ontem. Ele também decretou o sigilo do caso.
Além do chefe da Homicídios, os delegados Marcos Batalha, Francisco Del Poente e o juiz Leandro de Paula Martins Constant, chefe de Renata, acompanharam a confissão do suspeito.
Violência
Além do assassinato das irmãs, anteontem, a Vila Oliveira registrou ontem mais um crime. Uma família foi rendida por três homens armados e teve a casa roubada, na rua rua José Urbano Sanches. Depois, um homem, identificado como Anderson Cleiton Estevam Castanheiro, 30, acabou detido. Parte do material roubado foi recuperada pela Polícia Militar.
Fonte:Mogi News