quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Preempção: Lei pode anular compra de área na região de Brás Cubas

Prefeitura teria prioridade de compra do terreno gigantesco adquirido por empresário mogiano
Cleber Lazo
Da Reportagem Local
Amilson Ribeiro

Terreno (área livre) fica entre os distritos de Brás Cubas e Jundiapeba e foi comprado recentemente pelo empresário Fumio Horii
A compra de uma área de 2,8 milhões de metros quadrados entre os distritos de Brás Cubas e Jundiapeba, feita pelo empresário Fumio Horii, pode ser cancelada. A inviabilidade do negócio, que não teve o valor da transação divulgado, ocorreria porque a Prefeitura de Mogi das Cruzes teria o direito de preempção do terreno - quando o município passa a ter prioridade na compra e o proprietário da área tem a obrigação de notificar, formal e expressamente, a administração municipal sobre a intenção da venda. Apesar da lei vigente, a Prefeitura não teria sido notificada sobre o direito de preempção e, ainda, teria concedido as licenças necessárias para a milionária transação imobiliária. 
As informações sobre as possíveis irregularidades no negócio foram comentadas durante a sessão de ontem na Câmara Municipal. O presidente do Legislativo, Mauro Araújo (PMDB), vai encaminhar um requerimento ao Executivo "perguntando sobre a situação do terreno". "Trata-se de uma questão complexa, que, se comprovada, será muito grave. Existe uma lei e ela precisa ser cumprida. Se os compradores e a Prefeitura não cumprirem (a legislação) e se a administração deixar de exigir (o direito de preempção), a cidade não precisa mais de nenhuma lei e passa a ser regida por acordos informais", afirmou. 
"A lei fala que, se o poder público não for comunicado, a negociação pode ser nula e, ainda, existe a possibilidade da aplicação de uma multa de 2,5% do valor da área para quem descumpriu a norma", afirmou Araújo. 
"A cidade inteira sabia que havia o direito de preempção, a escritura foi gravada, a Prefeitura, se eu não me engano, emitiu uma guia de ITBI (Imposto Sobre a Transmissão de Bens Imóveis), enfim, vários erros podem ter sido cometidos neste processo, que envolve a maior área urbana do município, por isso, estou encaminhando o requerimento", contou o vereador. 
Por meio da Coordenadoria de Comunicação, a Prefeitura informou que "assim que receber os questionamentos da Câmara Municipal, passará todas as informações solicitadas".


Fonte:Mogi News