quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Aniversário de Mogi Bertaiolli avalia próximos desafios


Prefeito falou sobre o que melhorou na cidade e o que precisa mudar para atender às necessidades da população
Willian Almeida
Da Reportagem Local
Jorge Moraes

No terceiro ano de seu mandato, Marco Bertaiolli faz uma avaliação sobre as melhorias que Mogi recebeu e o que está faltando fazer
Aos 451 anos, Mogi das Cruzes é uma cidade em franco desenvolvimento. O prefeito Marco Bertaiolli (DEM) tem na área de trânsito o grande desafio a ser vencido e tem na saúde, na educação e nos transportes, os pilares do desenvolvimento. O tratamento aos idosos e deficientes físicos, segundo ele, é um diferencial. De ações complexas, como a obra de canalização do córrego dos Canudos, às mais simples, como a implantação das Academias da Terceira Idade (ATIs), Mogi vai ganhando cada dia mais a "cara" de cidade grande. Não no que diz respeito ao território, de 721 quilômetros quadrados, mas nos setores social, de geração de emprego, industrial, cultural e ambiental.


Mogi News: O senhor sempre falou de mogianidade. O que significa isso?
Marco Bertaiolli: É mostrar para as pessoas que moram em Mogi das Cruzes que ser mogiano é gostar da cidade e conhecer suas virtudes e seus defeitos da mesma forma que se gosta de um filho. É ajudar a construir a cidade. Mogi precisa ser administrada por todos os cidadãos.


MN: Qual a grande conquista da cidade nos últimos anos?
Bertaiolli: O transporte coletivo. Imaginava-se que demoraríamos mais tempo para acertar, mas conseguimos em dois anos. Hoje, oferecemos um transporte digno aos usuários, trocamos 212 ônibus e implantamos o SIM (Sistema Integrado Mogiano). Tenho bastante orgulho de ter feito isso no transporte público de Mogi.


MN: Qual a obra principal dos 451 anos de Mogi?
Bertaiolli: Um das grandes dificuldades é a falta de um serviço de urgência e emergência. E nós vamos entregar a Cure (Central de Urgência, Remoção e Emergências), para que a população tenha esse serviço que engloba ambulâncias da Prefeitura, unidades de resgate do Corpo de Bombeiros e o Samu (Serviço Móvel de Atendimento de Urgência). Acredito que este seja o grande destaque do aniversário de 451 anos.


MN: O senhor falou de transporte e de saúde. Com a educação, estes setores são a base da administração?
Bertaiolli: Os pilares. No campo da educação, avançamos muito. Estamos construindo escolas de ensino fundamental, municipalizando unidades escolares e avançando no ensino infantil. Vou entregar em setembro a 20ª creche de um programa de 40 para até o fim de 2012. Fomos coroados com o fato de Mogi receber o prêmio de melhor merenda escolar do Estado de São Paulo das mãos do presidente Lula (ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva). Isso mostra que estamos atentos.


MN: Como está a situação das famílias que vivem em áreas de risco no Jardim Lair? 
Bertaiolli: Este é um caso emblemático. No primeiro dia útil de governo, nós fomos ao bairro, era período de chuva, e havia 125 famílias correndo, inclusive, risco de morte. Congelamos a área e tiramos as famílias. Hoje, estamos fazendo o taludamento da encosta e todas aquelas pessoas receberão uma unidade habitacional própria em setembro, fechando o ciclo do trabalho. Isso é muito gratificante.


MN: Que desafios a cidade tem?
Bertaiolli: Mogi cresce muito rapidamente. Em 1990, tínhamos 190 mil habitantes e hoje passamos dos 400 mil. Em 2011, serão 200 mil carros licenciados. Colocar uma rede de semáforos na rotatória não é melhorar o trânsito, mas ordená-lo, minimizando a falta de segurança. O que resolve são grandes obras, como túneis e viadutos, com investimentos dos governos estadual e federal. O próximo grande desafio é o trânsito. Mogi vai ter de reestruturar as obras viárias. Nós estamos fazendo o projeto da passagem subterrânea na avenida Manoel Bezerra de Lima Filho, que é inevitável. Vamos construir os viadutos. Temos de terminar a perimetral de César de Souza, continuar a Guilherme Georgi e asfaltar a Volta Fria. São projetos prontos que estamos trabalhando para viabilizar os recursos.


MN: Os idosos e os deficientes físicos também são prioridade?
Bertaiolli: Sim. Cuidar dessas pessoas demonstra que você pode ter uma sociedade mais organizada e mais respeitada. As ATIs que estamos entregando na cidade têm uma utilização absurdamente elevada e os próprios usuários cuidam delas. Já vi gente levando latinha de óleo para lubrificar os equipamentos. Em duas delas, colocamos também as academias para deficientes. Sem contar que temos a AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) para inaugurar e os ônibus adaptados.




MN: Como avalia o trabalho nos Jardins Aeroporto III e Nova União?
Bertaiolli: Fundamental. São bairros enormes, carentes de tudo e que estamos dotando de esgotamento, asfalto, água tratada e Centros de Referência de Assistência Social (Cras). Ficam prontos no fim do ano e vão ficar com uma característica de urbanização muito próxima à do centro da cidade. 


MN: E o hospital de Brás Cubas?
Bertaiolli: É algo equacionado. Ainda não temos todo o recurso para construí-lo, mas o governo estadual já se comprometeu a nos ajudar. Estou construindo o AME (Ambulatório Médico de Especialidades) e o Unica (Unidade Clínica Ambulatorial), recuperamos a Santa Casa, estamos construindo três postos de saúde e quatro unidades do Programa Saúde da Família (PSF), compramos novas ambulâncias e implantamos o SIS (Sistema Integrado Mogiano). É importante completar a rede com o hospital, que fará o que a Santa Casa e o Luzia (de Pinho Melo, hospital) não fazem. Na saúde, o trabalho é diário para melhorar sempre. Se imaginava que uma cidade que não tinha quase nada hoje teria raio X em postos de saúde? Que a Santa Casa quebrada teria um aparelho de tomografia, um laboratório de análises clínicas moderno e que assinaria um contrato para ter ressonância magnética? Que teríamos tomografia em posto de saúde?


MN: Problemas em diversas áreas estão sendo resolvidos, como citou. A que se deve isso?
Bertaiolli: Eu fui buscar soluções para todos os grandes problemas sem virar as costas para nenhum. Vou citar mais dois: o transporte coletivo e a questão dos chacareiros. Era manifestação, o pessoal com medo de ser despejado, enfim. A partir de setembro, 500 famílias daquela região receberão um imóvel próprio. É impressionante. 


MN: E o aterro sanitário que a Queiroz Galvão quer instalar no Taboão?
Bertaiolli: Outro problema que herdei e quero resolver. Tratamos isso com profissionalismo quando esse assunto renasceu. Contratamos uma das maiores empresas de engenharia do Brasil, a Falcão Bauer, que fez um relatório técnico sobre os motivos pelos quais esse processo não pode andar e a Secretaria de Assuntos Jurídicos provou que ele está cheio de fraudes. Está tudo comprovado e tenho certeza de que esse é um aterro enterrado. Vamos partir para a vida nova. Temos duas ou três alternativas para que Mogi encaminhe corretamente o seu lixo para um tratamento moderno com reciclagem, incineração e geração de energia, como o mundo moderno faz.


MN: Em setembro de 2012, o senhor estará a três meses do final do mandato. Vai concorrer à reeleição? Como quer deixar Mogi?
Bertaiolli: Concorrer à reeleição é uma coisa que vamos decidir no ano que vem. Quero deixar Mogi melhor. O meu objetivo é fazer aquilo que propus na minha campanha: Mogi das Cruzes cada vez melhor.


Fonte:Mogi News