terça-feira, 12 de julho de 2011

Escândalo dos grampos se espalha

LONDRES


Jornalistas da rede de jornais controlada pelo magnata australiano Rubert Murdoch tentaram em diversas ocasiões grampear o telefone de Gordon Brown quando ele era ministro das Finanças e depois primeiro-ministro da Grã-Bretanha, revelaram ontem os jornais "Guardian" e "Independent" em suas páginas na internet.


Ao mesmo tempo, a polícia britânica afirmou ontem que alguém está tentando sabotar a investigação em torno do tabloide "News of The World", do grupo News Corp., do magnata Rupert Murdoch. Segundo a Scotland Yard, essa sabotagem é feita através do vazamento de detalhes da investigação para a imprensa.


Em um comunicado pouco usual, a Scotland Yard afirmou que a notícia segundo a qual policiais encarregados de proteger a família real haviam vendido detalhes pessoais sobre a rainha e seus aliados mais próximos eram "parte de uma campanha deliberada para minar a investigação sobre supostos pagamentos por jornalistas corruptos a policiais corruptos e retirar a atenção de algum outro lugar".


A imprensa britânica tem repercutido furiosamente as alegações de que jornalistas do "News of the World" grampearam telefones de várias pessoas.


Na tarde de ontem, o jornal londrino "Evening Standard" e outros veículos locais de informação afirmaram que a News Corp. descobriu uma série de e-mails indicando que funcionários haviam dado dinheiro a membros da Scotland Yard, em troca de detalhes sobre a monarquia e seu entorno. O "Evening Standard" atribuiu a informações a "fontes", não identificadas. O Palácio de Buckingham não comentou o caso.


A imprensa britânica noticiou ontem que Gordon Brown e sua família tiveram informações pessoais monitoradas pelo império midiático de Murdoch. Segundo o jornal "The Independent", o "Channel 4", o "Guardian" e a BBC, Brown foi alvo de títulos como o tabloide "The Sun" e o jornal "Sunday Times". As alegações aprofundam o escândalo em torno do comportamento de parte da mídia britânica.


Uma porta-voz do ex-primeiro-ministro disse que ele estava "chocado com os métodos criminosos e antiéticos por meio dos quais foram obtidos detalhes pessoais" sobre sua família.


Fonte:O Diário de Mogi