sexta-feira, 3 de junho de 2011

Sem verba: Novos pacientes com câncer ficam sem atendimento do SUS em Mogi

Sem verba:
Novos pacientes com câncer ficam sem atendimento do SUS em Mogi
Estado bloqueou cotas de tratamento gratuito para quem precisa do Centro Oncológico e do Hospital do Câncer
Larissa Almeida
Da Reportagem Local
Maurício Sumiya
Novos pacientes do SUS que chegam para tratamento são dispensados, pois a verba foi bloqueada
Com o bloqueio da verba que o governo do Estado encaminha para o Centro Oncológico de Mogi das Cruzes e Hospital do Câncer Dr. Flávio Isaías Rodrigues, em Mogi, de seis a dez pacientes novos que chegam por semana não poderão ser atendidos, de acordo com o cancerologista e radioterapeuta Flávio Isaías Rodrigues. Ele afirmou que dos mil atendimentos realizados por mês, 80% são destinados aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
O médico explicou que o repasse da verba foi bloqueado por dois meses: junho e julho, já que a cota de atendimento para pacientes do SUS foi excedida. Segundo Rodrigues, a demanda cresceu, principalmente porque o Centro Oncológico atende pessoas das dez cidades do Alto Tietê, incluindo Guarulhos.
Como nos últimos dois meses os atendimentos foram 20% acima do teto, o diretor-clínico da unidade de saúde solicita repasse de R$ 100 mil para que as novas demandas da região possam ser supridas, ou seja, que 100 pacientes a mais possam ser atendidos. "O gasto per capita na Grande São Paulo em tratamento oncológico é de R$ 0,78 e no Alto Tietê e Guarulhos o valor é de R$ 0,28, uma diferença bem grande", disse.
No momento, os pacientes novos do SUS, passam apenas pela triagem, na qual o paciente que chega com o diagnóstico confirmado de câncer será avaliado e receberá a indicação do tratamento, ou, se a pessoa tem apenas uma suspeita da doença, o médico solicitará os exames de acordo com cada caso.
Outro grande problema, segundo Rodrigues, é que os pacientes que não conseguem atendimento em Mogi têm de viajar até quatro horas para chegar ao Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), na zona Norte de São Paulo, para conseguir tratamento. "Fica complicado para um paciente que faz radioterapia diariamente ou quimioterapia duas ou três vezes por semana se deslocar até São Paulo, enfrentando trens e ônibus lotados, pois esses tratamentos acabam debilitando a pessoa. Além do tempo de viagem, os pacientes querem fazer o tratamento na região porque estão próximos de suas residências", ressaltou.


Estado
A Secretaria de Estado da Saúde esclareceu que o convênio SUS firmado com o Centro Oncológico e Hospital do Câncer continua vigente. Portanto, os pacientes já matriculados continuarão o tratamento. "O número de atendimentos nos últimos meses superou o valor estabelecido no contrato com a Secretaria. De forma temporária e para que a população não fique sem assistência, a pasta decidiu encaminhar os novos pacientes para tratamento, incluindo consultas, exames e outros procedimentos, para o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), na capital. A Secretaria está mantendo entendimentos com os municípios da região para viabilizar transporte dos novos pacientes ao Icesp".

Fonte:Mogi News