quarta-feira, 29 de junho de 2011

Reciclagem deverá ser reforçada

Renato de Almeida
As prefeituras, por serem as responsáveis legais pela coleta de lixo em residências, deverão apresentar até janeiro de 2012 um novo plano de gerenciamento dos resíduos sólidos gerados pelas embalagens. Isso porque, de acordo com a nova legislação sobre o assunto, aprovada e regulamentada no final do ano passado, a partir de 2014, este tipo de material não poderá mais ser encaminhado a aterros sanitários. Para isso, os governos municipais deverão fechar acordo setorial, que envolverá indústrias do ramo de embalagens, grupos de catadores e recicladores e demais entidades relacionadas. As informações foram divulgadas ontem, no seminário "Resíduos Sólidos: As responsabilidades de cada setor", no auditório do Serviço Social da Indústria (Sesi), em Braz Cubas, como parte de uma série de fóruns regionais realizada pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).


O diretor titular adjunto de Meio Ambiente do Ciesp, Eduardo San Martin, conta que acordos como este já acontecem, mas com produtos cuja vida útil não termina dentro das residências, como as baterias automotivas. "Ao entregar uma bateria nova, a indústria exige do distribuidor a devolução de uma velha. Isso não surgiu por causa da lei, mas sim pela necessidade, já que é mais barato reciclar o chumbo do que importar o produto novo", diz.


"Já quanto ao gerenciamento das embalagens, é de responsabilidade do Município, que realiza a coleta de lixo nas residências. É inviável para a indústria buscar nas casas. A Prefeitura deve trabalhar na educação do munícipe e pode oferecer incentivos a quem diminuir sua produção de lixo e favorecer a reciclagem, como, por exemplo, redução do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano)", acrescenta.


A Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente, Maria Inês Soares Costa Neves, garante que a Cidade já começou a trabalhar em seu novo plano. "Desde o ano passado, contamos com um grupo de estudos sobre o nosso trabalho de coleta de resíduos sólidos. Enviamos um membro do nosso grupo de estudo para um curso sobre a nova lei federal. A partir daí, já entramos em contato com o Ciesp, Vigilância Sanitária, ONGs de catadores e recicladores e outros órgãos relacionados para começarmos as conversas sobre nosso novo plano de gerenciamento. O Município irá conseguir atender ao prazo. Ele tem de conseguir. Com gente engajada, chegaremos, tranquilamente, com este plano em 2012", garante.


Maria Inês reconhece que ainda é muito baixo o índice de reciclagem do lixo mogiano. Em agosto do ano passado, a Cidade tinha apenas 0,6% deste material reciclado. Hoje, este número encontra-se em 1,4%. "Em um modelo ideal, chegar a 20% seria ótimo", considera.


Ela também fala sobre a coleta seletiva. "Isso existe na Cidade, mas não é perfeito. Tem a abrangência de 90% do Município, passando em dias alternados por esta área. Precisamos de uma logística mais adequada e de mais postos de descarte e triagem e a adoção de novas tecnologias", argumenta.


Fonte:O Diário de Mogi