Professores levam pleito às ruas

MOBILIZAÇÃO Alunos e professores da ETEc realizaram “aula campal” ontem, no Largo do Rosário


Mariana Leal

As atividades na Escola Técnica Estadual (Etec) Presidente Vargas, em Mogi das Cruzes, ainda não foram totalmente retomadas por conta da greve parcial do corpo docente, mas na manhã de ontem, cerca de 70 alunos do Ensino Médio e Técnico se reuniram no Largo do Rosário para ouvir seus professores em uma "aula campal". O objetivo do encontro foi informar a população sobre as reivindicações da categoria, que pleiteia reajuste salarial e melhores condições de trabalho. O Centro Paula Souza informou que reuniões estão sendo agendadas para este e o próximo mês para elaboração de um novo plano de carreira dos profissionais e que a pauta de pedidos passa por análise.


"Aceitamos uma sugestão do grêmio estudantil, que tomou como exemplo uma manifestação similar que aconteceu na quinta-feira passada, no Vale do Anhangabaú. Aproveitamos a ocasião para explicar este nosso pedido, que é justo, não vai além de um aumento maior do que o proposto (11%), progressão de carreira, aumento do vale-refeição e data base de dissídio. Pedimos, mas o Governo não nos ouve", disse o professor de História e Ética, Paulo Roberto Ciaccio, que falou sobre os princípios de ética e cidadania, e lembrou de greves que ficaram na memória do Brasil e do mundo.


No espírito da proposta, Lucia Aparecida Rossini de Oliveira Cintra, professora de Química, aproveitou para reforçar a tabela periódica. Seguindo a sequência das famílias, ela fazia frases com os elementos químicos e animava os estudantes. "Já estou com saudades de vocês", iniciou.


O apoio aos professores é totalmente incentivado pelo presidente do grêmio estudantil, Rodrigo Basílio, 18 anos, estudante do 3º do Ensino Médio. "Estamos vendo o lado da educação, que favorece alunos e educadores. Considero justa a causa e, por isso, é relevante lutar por ela. Para não ficarmos desamparados, cada classe montou um grupo de estudos. O Ensino Técnico se preocupa com o TCC (Trabalho de Conclusão de Cursos), que já está para ser apresentado", contou.


E é justamente isso o que preocupa Jean Pierre Batista, 16, aluno de Turismo. Ele está há quase um ano trabalhando em seu projeto sobre Turismo Sustentável, em parceria com a colega Ingrid Dayane Pereira Silva, 18, mas a greve preocupa, pois as datas das palestras já foram marcadas e ele agendou com os profissionais da área para discursarem no próximo dia 27. Caso as atividades não seja retomadas logo, eles temem não conseguir cumprir as exigências do trabalho. "Estamos com medo, pois todos vão ser prejudicados com isso. Temos grade de aula para cumprir e precisaremos repor, com certeza", afirmou.


Fonte:O Diário de Mogi