sexta-feira, 10 de junho de 2011

Nota rosa volta a ter valor

DINHEIRO A nova medida envolvendo as notas manchadas é um recuo da autoridade monetária



BRASÍLIA

Depois de muitas críticas e reclamações, o Banco Central (BC) reviu a norma sobre as cédulas de real manchadas por dispositivos antifurto de caixas eletrônicos. A nova regra, divulgada ontem, determina que, em caso de saque (em caixa eletrônico ou em agência) de notas marcadas por esses mecanismos, a instituição financeira deverá trocar imediatamente o dinheiro apresentado pelo cliente. A substituição deverá ocorrer independentemente de apresentação de extrato bancário ou de boletim de ocorrência (BO).



A nova medida é um recuo da autoridade monetária. Na semana passada, o BC recomendou que, em caso de recebimento de notas manchadas em saques fora do expediente bancário, o cliente deveria registrar um BO na polícia e depois levar a nota para o banco. Se o saque fosse durante o expediente, o cliente deveria retirar um extrato de sua conta e levar a nota ao gerente da agência para efetuar a troca.

Agora, o processo é bem mais simples e sem risco de prejuízo para os correntistas dos bancos. O BC explicou que as instituições financeiras já têm em seus sistemas os registros das operações dos clientes, portanto não é necessário que o correntista comprove a operação. E nos casos em que o saque for feito por aposentado ou beneficiário do programa Bolsa Família, os bancos também terão que ressarcir o cidadão que recebeu nota manchada.

"As medidas adotadas pelo Banco Central têm como objetivo preservar o interesse do cidadão e contribuir para inibir furtos e roubos a caixas eletrônicos, ao dificultar a circulação de notas roubadas ou furtadas", disse o BC em nota.

O chefe do departamento de Meio Circulante do Banco Central, João Sidney de Figueiredo Filho, afirmou que os ajustes no regulamento levam em conta a "boa-fé" das pessoas e não atrapalham o objetivo de se desestimular os roubos de caixas eletrônicos. Segundo ele, ao definir sua regulamentação, o BC olha a questão dos roubos, buscando inibir os assaltos aos caixas eletrônicos, mas considera também o interesse social, já que 80% de todos os saques feitos hoje no País ocorrem em caixas eletrônicos.

De acordo com a nova regra, a instituição financeira deverá, após efetuar a trocada cédula, encaminhar a nota danificada ao BC, separadamente das demais cédulas que são enviadas rotineiramente. Os bancos deverão ressarcir à autoridade monetária os custos dos serviços de análise e reposição das cédulas manchadas.

Fonte :O Diário de Mogi