quarta-feira, 11 de maio de 2011

Violência: Bullying afeta mais os meninos

Violência:
Bullying afeta mais os meninos
Ao menos 34% dos alunos do sexo masculino matriculados em escolas brasileiras já foram vítimas de agressão
Guilherme Peace
Da Reportagem Local
Adriano Vaccari

Hornblas detalhou ontem para educadores da cidade os dados de uma pesquisa que traça o raio X do bullying nas escolas brasileiras
Os meninos estão mais sujeitos à prática do bullying escolar do que as meninas. No entanto, o bullying feminino é tão grave quanto o masculino. O porcentual de crianças que sofrem a prática da violência escolar - seja ela física, verbal ou psicológica - foi divulgado pelo professor David Sergio Hornblas, psicólogo especialista no assunto, em palestra realizada na sede da Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC), na manhã de ontem. O encontro foi organizado pelo coordenador do núcleo de escolas particulares da associação, Renato Faria, e contou com a presença de educadores e representantes dos colégios da cidade. O dado é de que pelo menos 34% dos meninos matriculados em todas as escolas brasileiras já sofreram algum tipo de bullying, enquanto que 24% das meninas vivenciaram a mesma situação. O professor se baseou em uma pesquisa realizada pelos institutos Plan/Ceats/FIA, que consultaram 5 mil crianças de todo o País para definir a incidência de bullying nas escolas brasileiras.
Hornblas explicou os motivos desta diferença, pela agressividade biológica natural do homem, em contraponto ao comportamento contido da mulher. No entanto, o objetivo principal da palestra foi transmitir aos educadores informações precisas sobre o bullying, como sua origem e suas causas. "O bullying consiste num ato contínuo de violência, atitudes intencionais, de um aluno contra outro, pela demonstração de poder ou superioridade", explicou.
Para Hornblas, as pequenas intrigas entre as crianças são importantes para a formação da personalidade. "O que não pode é tornar-se um ato de humilhação".
Outro ponto abordado pelo professor com importância é a responsabilidade da instituição de ensino em casos de bullying. "Este não é um problema da escola, mas da família das crianças", afirmou Hornblas. "A escola deve apenas garantir uma forte prevenção, para que o ato não ocorra". Segundo o professor, o agressor deve ser identificado, mas as medidas corretivas devem partir da família. "A escola garante a educação formal das crianças, mas a educação informal, sobre o que pode e o que não pode, deve ser garantida pelos pais".

O bullying entre meninos, de acordo com o palestrante, é mais visível, pois a maioria conta com a agressão física e a intimidação. No caso das meninas, tudo é mais sutil. "As meninas praticam o bullying com olhares e comentários maldosos, o que hostiliza a vítima".

Fonte:Mogi News