quarta-feira, 11 de maio de 2011

Prefeito ameaça apelar a Alckmin

Prefeito ameaça apelar a Alckmin

SABRINA PACCA


Após sua participação na sessão da Câmara Municipal, o prefeito Marco Bertaiolli (DEM) admitiu, ontem, apelar, em última instância, ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), para que a audiência pública do lixão, agendada para o dia 21 de junho pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), não se realize, caso o secretário de Estado do Meio Ambiente, Bruno Covas " que, por sinal, é subordinado ao tucano " não atenda ao pedido dos mogianos. Por enquanto, o democrata incumbiu os deputados estaduais que formam a Frente Parlamentar do Alto Tietê de marcarem uma reunião com Covas para que ele "ouça o que Mogi tem a dizer" e ainda alertou que essa audiência, se for realizada, "pode se transformar em uma guerra".
"Se o secretário Bruno Covas quisesse e tomasse uma posição, ele poderia impedir essa audiência pública porque existem inúmeros erros no processo de licenciamento. Um deles é não esperar a análise por Mogi das Cruzes do projeto. Temos que entregar nosso posicionamento, nossos estudos no dia 20 e dia 21 tem a audiência. É um desrespeito com a nossa Cidade. Portanto, os deputados precisam conseguir uma reunião com o secretário para que possamos nos posicionar, já que ele não me atende. Nosso último canal é apelar ao governador, mas a responsabilidade, hoje, é do secretário Bruno Covas. Essa audiência pública pode se transformar em uma guerra em Mogi das Cruzes, em um ato de violência porque ninguém domina uma multidão contrária ao aterro e a responsabilidade do que ocorrer em Mogi é do secretário", afirmou Bertaiolli.
O chefe do Executivo esteve na Câmara, a convite dos vereadores, falando sobre a tentativa da Queiroz Galvão em instalar no Taboão um aterro sanitário, sem a anuência da população. O prefeito explicou aos legisladores o que a Prefeitura vem fazendo para barrar o processo e comentou sobre o futuro da destinação do lixo da Cidade (leia matéria nesta página).
Bertaiolli elencou os motivos pelos quais é contra a instalação do aterro. "Entendemos que essa tecnologia de enterrar lixo é ultrapassada e tem um limite pequeno de tempo. Além disso, o custo de terras no Taboão, que é um local predominantemente industrial, é alto e não podemos colocar lixo lá", destacou.
Quanto à audiência, ele ressaltou que o procedimento não pode ocorrer porque, então, Mogi estaria a um passo de receber o lixão. "A audiência é a última etapa para o licenciamento. Mesmo que 99,9% dos mogianos digam que não querem o empreendimento no dia do encontro, a decisão é do Consema e não temos direito a voto. Acredito que a Queiroz Galvão comete uma tremenda violência contra a Cidade quando tenta colocar aqui um aterro sem nossa autorização e a atitude do secretário Bruno Covas de não nos dar a oportunidade de dizer que este processo está errado, é de pura arrogância", atacou o prefeito.
Questionado, o Consema confirmou que a audiência será realizada na data agendada e que o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) do projeto estará à disposição da população em breve, em local ainda não revelado.

Fonte:O Diário de Mogi