terça-feira, 17 de maio de 2011

Região precisa de mais 900 leitos

Região precisa de mais 900 leitos


Cinco pontos problemáticos da saúde regional foram destacados pelos secretários municipais do Alto Tietê e apresentados, ontem, durante a primeira reunião da Frente Parlamentar em Apoio aos Municípios do Alto Tietê, em Arujá. O relatório, que faz um diagnóstico do setor, servirá de base para o plano de ação dos deputados estaduais que representam as 10 cidades. A partir de agora, uma audiência com o secretário estadual da Saúde, Giovanni Guido Cerri, deve ser marcada para apresentação das reivindicações e cobrança de respostas rápidas.
De acordo com os relatórios, o déficit de leitos é o que mais preocupa. Os números apontam a necessidade de cerca de mais 900 leitos cirúrgicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), 52% para o primeiro e 42% para o segundo. Os secretários indicam que a busca por uma vaga, que pode levar horas e até dias, custa vidas. Em Guararema, por exemplo, entre o final do ano passado e o começo deste, três pessoas morreram na espera por internações.
"De todas as situações que nossa Região enfrenta, os contratempos na saúde são os maiores e não podem esperar. O número insuficiente de leitos é alarmante. Já presenciei casos em que viramos a madrugada procurando lugar para internar o paciente e não conseguimos encontrar. A apresentação de dados só vem confirmar o que já sabíamos sobre a saúde e partir daí já podemos agir", afirma um dos coordenadores da iniciativa e porta-voz do grupo formado pelos seis deputados estaduais da Região, André do Prado (PR).
Outro ponto preocupante é a Assistência Farmacêutica. Dos 10 municípios do Alto Tietê, Mogi das Cruzes, Suzano e Itaquaquecetuba recebem um repasse, por habitante, de R$ 5,10 da União, R$ 1,86 do Estado e R$ 1,86 do Município. Já os outros sete optaram pelo Dose Certa e têm o benefício revertido em insumos, que demoram a chegar quando solicitados, o que compromete o tratamento de centenas de pacientes.
Um Serviço de Verificação de Óbito (SVO) é outra reivindicação. O sistema ajudaria a qualificar a informação, reduzir a causa mal definida de óbito, conhecer o perfil epidemiológico regional e a importância sanitária.
"A demora na realização de cirurgias de prótese, motora e auditiva, que pode ser de seis meses a dois anos, e a falta de local adequado para o encaminhamento de dependentes químicos são os dois últimos gargalos da saúde. Precisamos de soluções e resultados para as prefeituras que gastam acima de 15% do orçamento destinado ao setor, sem contrapartida do Estado", destaca o deputado estadual Luiz Carlos Gondim Teixeira (PPS).
De acordo com os dados levantados, em Mogi das Cruzes, 271 pessoas esperam por uma prótese auditiva e 47 por uma motora. Em Suzano, 176 aguardam pela auditiva e 66 pela motora.
Com a criação da Região Metropolitana de São Paulo, Prado confia que o fundo metropolitano, que deve ser estudado, forneça recursos para melhorias na saúde e em outras áreas. "Mesmo com a resistência de algumas das 39 cidades integrantes, esperamos que o Governo do Estado trabalhe de maneira que todos participem, de acordo com as condições financeiras de cada um. Esperamos ter um aporte muito grande de recursos e, assim que isso existir, precisamos estar preparados com as nossas demandas para sair na frente", frisa.

Fonte:O Diário de Mogi