terça-feira, 17 de maio de 2011

O retorno

Daniel Carvalho/ Mauricio Sumiya


O retorno
A tomada de comando do PMDB suzanense por parte do deputado estadual Estevam Galvão de Oliveira (DEM), jogando para escanteio o vice-prefeito Walter Roberto Bio, aliado desde 2008 do prefeito de Suzano, Marcelo Candido (PT), noticiado pela coluna, no domingo, é a prova de que Estevam quer porque quer o quinto mandato de chefe do Executivo do município vizinho a Mogi nas eleições do ano que vem.


Por cima
A trama de tomada do PMDB de Suzano teria sido costurada junto à nova Executiva do partido, comandada, desde a morte do ex-governador Orestes Quércia, por um companheiro de Estevam, o deputado estadual Baleia Rossi. Com Quércia, Bio estava protegido; sem ele, perdeu o PMDB e deverá virar peça decorativa no fim de feira do governo Candido.




Reaparecimento
Nisso tudo, há também a volta do ex-prefeito Paulo Tokuzumi (1993-1996), cogitado, agora, como candidato a vice de Estevam. Seu irmão, Jorge Tokuzumi, foi quem ganhou a direção peemedebista depois da queda de Bio. Os irmãos Tokuzumi, com negócios na área de construção civil, são políticos e sempre jogaram no grupo do deputado.




Tampão
Tokuzumi fez um "mandato tampão" e não deixou saudades em Suzano. Foi uma espécie do que o promotor de Justiça Sebastião Cascardo, "prefeito tampão" de Mogi entre 1973 e 1977, representou para a volta triunfal de Waldemar Costa Filho nas eleições de 1976. Com governos inexpressivos, ficaram à sombra dos "mestres", esquentando lugar para o retorno dos líderes.




Pajoan no pedaço
A razão de Estevam hoje reatar com Paulo Tokuzumi é uma só: o maior erro de sua última e malsucedida campanha à prefeitura suzanense foi ter escalado o empresário José Augusto Cardoso, um dos donos da Empreiteira da Pajoan, empresa proprietária do aterro de mesmo nome, para ser o candidato a vice em sua chapa. Com enorme rejeição entre a população e batendo de frente com o próprio Estevam, Cardoso pesou demais na mala eleitoral e Candido ganhou a eleição.
Divulgação


Sem diretas
Estevam foi prefeito pela primeira vez entre 1977 e 1983, depois de ter cumprido um mandato na Câmara, e teve a felicidade de receber uma boa herança administrativa de seu antecessor, Pedro Miyahira, que levou multinacionais japonesas, como a Komatsu e a Mitutoyo para a cidade. Retornou de 1989 a 1992. Era seguidor de Paulo Maluf e tinha um estilo de governo parecido com o de Maluf, de quem foi colega de Câmara Federal entre 1983 e 1988, tendo votado contra a volta das eleições diretas em 1984.


Tucano amigo
Depois de quatro anos de Tokuzumi, Estevam ficou mais quatro, de 1997 a 2000, quando deixou Maluf de lado e passou a ser ligado ao então governador Mario Covas, o que rendeu investimentos estaduais para a cidade. Reeleito para o período de 2001 a 2004, manteve-se fielmente aliado aos tucanos.


Risco calculado
Agora, diante do fiasco administrativo dos oito anos de Candido, Estevam tem tudo - notadamente o apoio do governo do Estado - para retornar ao posto. Desde que não aja como em 2008 e perca para ele mesmo.




Terreno demarcado
Repercutiu intensamente a coluna de sábado, que trouxe a declaração expressa do prefeito Marco Bertaiolli (DEM) de que vai manter José Antonio Cuco Pereira (PSDB) como vice.
Divulgação


Tudo junto
Bertaiolli mata, assim, dois coelhos com uma cajadada só: encerra com as especulações sobre um novo nome para o posto e marca posição ao lado dos tucanos, costurando de novo a corda - até então deteriorada por sua ligação com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab - com o governo Geraldo Alckmin (PSDB).
Osvaldo Birke


Ninguém merece!
Um momento interessante na audiência concedida ontem pelo secretário de Estado de Meio Ambiente, Bruno Covas, ao prefeito Marco Bertaiolli e a autoridades mogianas, como o vice-prefeito José Antonio Cuco Pereira: Covas, santista roxo, resolveu tirar um sarro de Bertaiolli, corintiano doente, exibindo, com requintes de crueldade, um pôster do Santos em seu gabinete. O prefeito, que já se mostrava irritado pelas posições omissas do secretário na reunião, por boa educação, não o xingou, mas bem que teve vontade. Afinal, pior do que perder um título de campeão paulista, é ter de aceitar provocações e, ainda por cima, ter de fazer cara de paisagem.

Fonte:Mogi News