terça-feira, 24 de maio de 2011

Boca no trombone: Epitáfio


Boca no trombone:
Epitáfio
Marilei Schiavi
Você já parou para pensar o que escreveria em seu epitáfio? Isso mesmo, o que escreveria no seu túmulo, na sua tumba? Li alguns epitáfios de personalidades ainda vivas declarando o que gostariam de ver gravado em seus túmulos.

O grande humorista Chico Anysio, que andou adoentado, escreveria: "E agora, vão rir de quê?". O músico do Ultraje a Rigor declarou que quer escrever o seguinte quando morrer: "Te espero lá!". Jô Soares escrachou consigo mesmo: "Enfim, magro" e do autor do livro "O que é morte", José Luiz Maranhão, "Morri de tanto viver". Falar de morte parece meio fúnebre, mas como diria minha falecida mãe, Eunice, "para morrer, basta estar vivo". Mas só quando a morte bate perto da nossa vida é que ficamos cientes do quanto somos frágeis diante do sopro divino. Independe da sua religião, mas quando lidamos com a morte sempre nos perguntamos o que é o espírito, a alma, a essência da centelha divina, não é verdade?
Uma amiga me perguntou ontem, porque eu escrevo uma coluna de mensagens positivas, de autoestima e para elevar a vida das pessoas no DAT e respondi que nós temos de fazer a diferença pelo menos uma vez ao dia. Quando ouço alguém dizendo que leu a coluna e gostou do que escrevi ou que ouviu na Rádio Metropolitana e gostou de um debate. Ou até mesmo que me viu na TV Mogi News, penso que estou fazendo a minha parte.
Hoje, aproveito em um trecho a licença poética que dizem ser de Pablo Neruda para deixar uma mensagem que ponho na minha cabeceira para nunca cair na mesmice do dia a dia.: "Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto,quem não muda de marca , não se arrisca a vestir uma nova cor , ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco,e os pontos sobre os ´is´ em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho nos olhos, sorrisos dos bocejos,corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.

Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade...".


Marilei Schiavi
é jornalista, radialista e diretora de Jornalismo da Rádio Metropolitana.

Fonte:Mogi News