Amilson Ribeiro
Chico privatista
O vereador Chico Bezerra (PSB) lançou a ideia de privatização do Serviço Municipal de Água e Esgoto na semana passada. Experiente, Chico, que pertence ao Partido Socialista Brasileiro, não pensou duas vezes em fugir do estatismo e logo propor a "privataria" de uma autarquia que, desde os anos 60, presta relevantes serviços a Mogi das Cruzes, mas que, desde 2005, como um navio velho, com a proa furada, faz "água" e vem afundando a olhos vistos.
Potência moral
Patrimônio de Mogi, o Semae foi muito forte, uma espécie de joia da coroa, nas quatro administrações de Waldemar Costa Filho, sob a batuta de Roberto Gomes de Faria. Sua existência e vigor financeiro fez, durante décadas, com que o ímpeto poderoso da Sabesp em comprá-lo fosse deixado de lado pelos prefeitos que se sucederam e entremearam as administrações de Waldemar.
Daniel Carvalho
Junji é testemunha
Para se ter uma ideia do que era o peso do Semae, o hoje deputado federal Junji Abe pode atestar que teve sérias dificuldades em vencer o segundo turno de 2000 em razão de um boato de que, uma vez eleito, venderia a autarquia. Junji teve de rasgar uma conta de água da Sabesp em seu programa no horário eleitoral de TV para estancar a sangria de votos. Não por coincidência, seu adversário na época era exatamente Chico Bezerra.
Padre Melo
Bem antes do episódio, uma série de tratativas de privatização do Semae foram feitas na administração Manoel Bezerra de Melo, o Padre Melo, no ano de 1995, mas naufragou porque, diante de qualquer possibilidade de transferir os serviços - que eram excelentes - de abastecimento a terceiros, a população reagia indignada e a Câmara da época, com medo do desgaste, abortava o tema antes mesmo dele entrar em pauta de votação.
Divulgação
Abacaxis
Hoje, no entanto, os tempos são outros. O Semae dá à seção Megafone do Mogi News 80% de suas reclamações. São vazamentos de água em todos os cantos, esgoto que brota do asfalto, falta de água constante na periferia e em bairros nobres, adutoras que estouram e interrompem o fornecimento do chamado "líquido precioso", que chega com terra muitas vezes e amarelada em outras, enfim uma série de transtornos, cada vez mais incontroláveis e caros.
Fumo de corda
Soma-se a isso as fraudes ocorridas em licitações da autarquia recentemente, que são motivos da investigações do Ministério Público, da queda de diretores, de um rombo reconhecido pela Prefeitura e de mais dificuldades para juntar moedinhas que possam dar ao Semae a possibilidade de se modernizar, ampliar a rede ao ponto de acompanhar o crescimento do município, enfim, um parto a fórceps.
Socialista cristão
Aí chega Chico, um "socialista", ex-oposicionista, que hoje cerra fileiras com a administração do prefeito Marco Bertaiolli (DEM) e joga na opinião pública um tema polêmico demais. Uma pergunta fica no ar: se o Semae fosse privatizado ou anexado à Sabesp, acompanharia a perversa tendência de uma política de tarifas ainda mais extorsiva do que a atual? Oremos.
Heródoto no Estadão
O caderno de TV do Estadão de domingo trouxe em sua capa e em outras duas páginas uma ampla entrevista com o novíssimo apresentador do Jornal da Record News, o jornalista "mogiano", também colunista e articulista do Mogi News, Heródoto Barbeiro."Mogiano", nem tanto, mas inteiramente "taiaçupebense", com seu sítio encravado na Mata Atlântica e seu trabalho cidadão como patrono informal da Sociedade Amigos de Taiaçupeba.
Quilômetros rodados
A matéria cita a larga biografia jornalística de Heródoto, suas décadas de Rádio CBN e TV Cultura, e a intenção da Record em agregar credibilidade a partir da aquisição do passe do apresentador. Fala também da cláusula assinada com a emissora que lhe dá a garantia de liberdade editorial e de expressão.
Nomes variados
"Já me chamaram de Heráclito, Herodes, Herodôto e até Aeródromo Carneiro", revela o jornalista, que hoje publica seu artigo na coluna Tribuna, logo aí na frente, na página 4.
Hospital Waldemar
Homenagem do prefeito Bertaiolli ao deputado federal Valdemar Costa Neto (PR), o Boy, principal responsável pela construção de dois viadutos sobre a linha férrea e do Hospital de Brás Cubas: denominar o futuro estabelecimento de saúde de "Prefeito Waldemar Costa Filho", pai de Boy e que comandou quatro administrações na cidade.
Fonte:Mogi News
