sábado, 16 de abril de 2011

Invasões avançam no entorno de chacareiros

Invasões avançam no entorno de chacareiros
Reportagem verificou que ocupações irregulares estão ocorrendo de forma acelerada nas proximidades da região que deverá ser desapropriada
Bras Santos
Da Reportagem Local
Adriano Vaccari
Imóveis estão sendo construídos em uma área de forma irregular. Isso logo exigirá providências da Prefeitura ou do governo estadual
Enquanto as autoridades políticas de Mogi tentam concluir o processo de desapropriação da área cultivada pelos chacareiros no distrito de Jundiapeba, as invasões avançam de forma acelerada no entorno da região que deverá ser desapropriada. Dezenas de casas estão em construção nos dois lados da avenida Japão, na região do Conjunto Santo Ângelo.
Em mais uma tentativa de resolver o problema, que começou em 2005, quando a mineradora Itaquareia comprou da Santa Casa de São Paulo a área que é cultivada desde o século passado por cerca de 600 produtores, na semana que vem, no próximo dia 26, o ex-prefeito e deputado federal Junji Abe (DEM) se reunirá em Brasília com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florense. Na pauta estará o processo de desapropriação da área adquirida pela mineradora. O objetivo é conseguir do governo federal a assinatura do decreto de desapropriação do terreno.
Para a audiência com o ministro, o ex-prefeito convidou, por meio do advogado Carlos Zambotto (representante da Associação dos Produtores Rurais e região), o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR) e deputado estadual Luiz Carlos Gondim (PPS), que comanda na Assembleia uma Frente Parlamentar em favor dos agricultores, que decidiram se mobilizar para evitar um possível despejo cogitado pela mineradora. Também deverão participar da audiência o presidente da associação dos produtores, Jovair do Carmo Oliveira, e um representante da Superintendência do Incra em São Paulo.
Na manhã de ontem, o Mogi News percorreu a região que deverá ser desapropriada pelo Incra e esteve também em áreas que estão no entorno do terreno dos chacareiros. A reportagem constatou que novas invasões estão acontecendo nos dois lados da avenida. "Por R$ 5 mil ou R$ 7 mil dá para comprar um terreno de mil metros. Precisa procurar o Arnaldo ou um advogado que às vezes passa por aqui. Hoje a minha casa vale mais de R$ 20 mil e não penso em vender. Estou aqui faz um ano e até hoje ninguém veio encher o saco. A luz é ´gato´ e a água é de poço. Não sei de quem é essa área", disse um morador, que pediu para não ter o nome revelado. A região, que continua sendo alvo de invasões, não é a mesma que está à espera de desapropriação pelo Incra. No entanto, tudo indica que, quando o "dono aparecer", caberá à Prefeitura ou ao governo do Estado, por meio da CDHU, investir na construção de moradias para as centenas de famílias que estão ocupando as áreas anexas ao imóvel que os chacareiros querem preservar.

Fonte:Mogi News