sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

DESTAQUE: Grupo Shibata arremata área da antiga Cosim em Mogi

9 de dezembro de 2016  DESTAQUE  
No terreno da Vila São Francisco restam apenas escombros do que foi a metalúrgica. (Foto: Arquivo)
No terreno da Vila São Francisco restam apenas escombros do que foi a metalúrgica. (Foto: Arquivo)


DANILO SANS
O Grupo Shibata arrematou por R$ 14 milhões o terreno de 132 mil metros quadrados da Mogi Tubos (antiga Cosim), localizado na Vila São Francisco, ao lado do Supermercado Shibata da Vila Industrial. O leilão foi realizado nesta quinta-feira (8) por determinação do Tribunal Regional do Trabalho da 2a Região (TRT-2) para o pagamento de dívidas trabalhistas.

O diretor de Operações do Grupo, Fernando Shibata, diz que o destino da área ainda não está definido. “Entendemos que existe uma sinergia com nosso próprio negócio. Temos alguns projetos e vamos ver o que cabe melhor”, ressalta. Ainda de acordo com o empresário, uma das possibilidades já aventadas é a instalação de um centro de distribuição para uso da rede.


Com a compra, o Shibata herda a dívida de R$ 1.778.786,15 de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), devidos à Prefeitura de Mogi. O imóvel ainda é objeto de hipoteca e penhora em outros processos.

O terreno foi vendido pelo valor inicial do leilão, R$ 14 milhões, ou 60% abaixo do valor avaliado – R$ 35 milhões. A área é bastante promissora e deve se valorizar após a conclusão da obra do Corredor Leste-Oeste, um investimento de R$ 89 milhões e que passa na frente da propriedade.

Segundo o TRT-2, os valores devidos aos ex-funcionários da Mogi Tubos ainda estão sendo calculados, já que o processo em questão centraliza diversas execuções trabalhistas.

Apesar de ser mais um passo em direção à conclusão dos processos movidos por ex-funcionários, este primeiro arremate do imóvel ainda não dá garantias de que as dívidas serão pagas, conforme explica o advogado José Beraldo, responsável por, pelo menos, uma dezena de processos contra a Mogi Tubos. “O processo agora volta para homologação da Justiça. A empresa pode recorrer se considerar o valor baixo”, explica.

A Mogi Tubos foi a última empresa a funcionar dentro da área da antiga Mineração Geral do Brasil, construída na década de 1940 pelo Grupo Jafet, que tinha o sonho de transformar Mogi em um grande polo siderúrgico. A empreitada durou pouco mais de 20 anos, até se afundar em problemas financeiros, abrir concordata e paralisar as atividades, em janeiro de 1965.

Por decreto e atendendo um pedido feito pela Cidade, o Governo Federal interveio no empreendimento, em 1967, e entregou a empresa à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A estatal ficou responsável por promover a reabilitação técnica da usina mogiana e formular programas de investimento.


Um ano depois, em 1968, a Mineração Geral do Brasil passou a se chamar Companhia Siderúrgica de Mogi das Cruzes (Cosim), que também enfrentou dificuldades financeiras durante o regime militar e fechou definitivamente as portas na década de 1980. O terreno original, com 453 mil metros quadrados, foi desmembrado e se transformou em outros empreendimentos, como o próprio Supermercado Shibata e a Indústria Nacional de Aços Laminados (Inal).

Apenas uma das divisões da antiga Cosim se reergueu após o fechamento da siderúrgica e passou a atuar com o nome de Excel Tubos de Aços, uma das duas únicas empresas do Brasil, na época, a produzir tubos de aço sem costura. Entretanto, a siderúrgica também não sobreviveu e, para tentar se livrar de dívidas trabalhistas e outras pendências judiciais, passou a funcionar com o nome de Mogi Tubos, que operou até 30 de dezembro de 2013.

A fábrica chegou a contar com 3,5 mil funcionários, mas na época do fechamento, mantinha apenas 40 colaboradores. Meses após o fechamento, ex-trabalhadores realizaram um protesto em frente ao imóvel para cobrar o pagamento de salários atrasados, férias vencidas e outros direitos.

História
CARLA OLIVO

Há 40 anos, o casal Massanosuke e Kimie Shibata e os três filhos João, Antônio e Paula abriram o primeiro Supermercado Shibata, o Shibatinha, no Bairro do Socorro, iniciando a história marcada por várias conquistas. Hoje são 19 unidades – oito hipermercados e 11 supermercados -, em 11 cidades do Alto Tietê, Vale do Paraíba e Litoral: Mogi das Cruzes (4), Itaquaquecetuba (1), Biritiba Mirim (1), Jacareí (4), Caçapava (1), Taubaté (2), Caraguatatuba (2), São Sebastião (1), Ferraz de Vasconcelos (1), Aparecida (1) e Pindamonhangaba (1). Há ainda quatro lojas Shibata Casa & Presentes (Mogi, Jacareí, Caçapava e Taubaté) e o e-commerce Shibata Casa & Presentes, além de restaurantes e farmácias.

A segunda unidade, o Hipermercado Shibata, foi inaugurada em 1989, no Mogilar. Em 1996, a Vila Industrial ganhou o segundo hipermercado do Grupo e três anos depois veio o investimento no Mogi Moderno, em sociedade com os irmãos Kimoto. No mesmo ano, os Shibata adquiriram dois supermercados da bandeira Mogiano, passaram a administrar seis lojas na Cidade e, ainda em 1999, as negociaram com o Grupo Pão de Açúcar.

O recomeço aconteceu no Vale do Paraíba e Litoral Norte, onde o Grupo abriu uma loja em Caraguatatuba e outra em Jacareí. Em 2001, foram abertas a segunda unidade de Jacareí e a primeira de Taubaté. O Shibata chegou a Biritiba Mirim em 2002 e dois anos depois retomou atividades em Mogi, reabrindo o Hipermercado da Vila Industrial. Em 2005, foi aberta a terceira loja em Taubaté. Em 2008, Caraguatatuba ganhou a segunda unidade e o Grupo inaugurou a segunda loja em Mogi, o Shibata Empório, no Centro, que conta com o Shibata Casa & Presentes. Em 2011, foi a vez da terceira loja de Jacareí, e no ano seguinte, Caçapava recebeu um hipermercado, a terceira Shibata Casa e Presentes e um mini-shopping.

Em 2014, o Grupo abriu supermercados em César de Souza, na Cidade, e São Sebastião, no Litoral Norte. No ano seguinte, Ferraz, Aparecida e Jacareí ganharam lojas Shibata e, em 2016, a rede chegou a Pindamonhangaba.

Fonte:O Díário de Mogi