domingo, 4 de dezembro de 2016

DESTAQUE: Casos de dengue caem 53% em Mogi

3 de dezembro de 2016  DESTAQUE  
Casos caíram de 2.049 para 963 no comparado de janeiro a setembro de 2015 e 2016 (Foto: Arquivo)
Casos caíram de 2.049 para 963 no comparado de janeiro a setembro de 2015 e 2016 (Foto: Arquivo)


LUCAS MELONI
Apesar da queda no número de registros de dengue em Mogi das Cruzes, de 2.049 para 963 casos entre janeiro a setembro de 2015 e 2016 (redução de 53%), o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, será reforçado na Cidade neste início de período mais propício à proliferação, próximo ao verão. Brigadistas foram treinados e ficaram em alerta nos prédios públicos municipais para eliminar criadouros. Agentes vão focar ações no Centro, Jundiapeba, Jardim Universo e Braz Cubas, regiões que mais preocupam a Secretaria Municipal de Saúde.

Ontem, servidores municipais se reuniram no Teatro Vasques, no Centro, para o lançamento da Sala de Coordenação no Combate ao Aedes. Criado a partir do decreto 16.242/16, do prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (PSD), o objetivo é centralizar as ações para reduzir ao máximo a expansão dos casos de dengue.


De acordo com Bertaiolli, a redução se deve a um trabalho preventivo importante. “Unimos esforços por causa de um único objetivo, diminuir os números de casos de dengue e acabar com os criadouros do Aedes. Mogi dá um bom tratamento e um exemplo no combate ao mosquito. Lá atrás, o Governo Federal havia prometido a distribuição de repelentes para todas as gestantes (no auge da epidemia do zika vírus, que pode causar microcefalia, e é transmitido também pelo Aedes aegypti), mas isso não aconteceu. A Prefeitura comprou 13 mil kits para evitar casos aqui e isso refletiu na queda dos números. Outro exemplo no combate é esta Sala de Coordenação, em que as operações ficarão centralizadas”, disse o prefeito.

Há meses, a Prefeitura havia proposto um projeto, aprovado na Câmara Municipal, que autorizava equipes de saúde a forçarem a entrada em casas fechadas que estariam em áreas de grande proliferação do mosquito. A Administração Municipal chegou a contratar uma empresa para fechar os imóveis visitados pelas equipes, mas conforme explicou o secretário municipal de Saúde, Marcello Cusatis, isso não foi necessário.

“Felizmente, não foi preciso apelar para este mecanismo (os proprietários acabaram permitindo acesso das equipes aos imóveis). Mogi, mais uma vez, reforça o combate ao transmissor das doenças com a parceria (com o Estado) pela Sucen (Superintendência de Controle de Endemias)”, observou.

No Dia Nacional de Mobilização contra o Aedes, a Cidade anunciou que contará com 322 brigadistas (funcionários públicos e terceirizados) treinados e designados para atuar em prédios públicos municipais como escolas, postos, hospitais, parques, cemitérios e espaços administrativos, entre outros. Eles trabalharão para orientar e liquidar pontos que poderiam facilitar o surgimento de criadouros. A conscientização deve ser ampliada nas salas de aula, para crianças.

De forma perceptível, os casos de notificações de dengue em Mogi caíram. De janeiro a setembro de 2015 foram 2.049, sendo 884 contraídos na Cidade (autóctones) contra 963 no mesmo período deste ano (175 autóctones). As notificações em geral (de pessoas que são moradoras de outros municípios, mas buscam atendimento na rede de saúde de Mogi) totalizavam 3.229 casos no ano que passou contra os atuais 1.407, redução de 56%.

Algumas ações merecem destaque na Cidade, como o Dia D da Cidadania, em 18 de dezembro de 2015, com 13.920 imóveis, 35 bairros e 579 voluntários. Neste ano, em 13 de fevereiro, no Dia Nacional de Combate ao Aedes, foram 4.002 vistorias, 1.157 focos eliminados e 4.656 orientações fornecidas por 488 funcionários em 10 bairros.


O veterinário Jefferson Leite, coordenador do Núcleo de Combate à Dengue, ressalta que o País já está no período do ano em que a proliferação do mosquito é maior por causa das chuvas. “Agora os cuidados precisam ser redobrados. Os brigadistas terão papel importante, assim como a população que precisa retirar vasos e outros recipientes que acumulem água. Em Mogi, algumas áreas nos preocupam mais, como Centro, Jundiapeba, Braz Cubas, neste último, em especial, o Jardim Universo”, afirmou à reportagem.

Outros casos
Levantamento da Secretaria Municipal de Saúde de Mogi mostra que, ao contrário dos casos de dengue, os de febre chikungunya aumentaram de 16 para 22, aumento de 37,5%. Pelo menos 13 deles, neste ano, foram contraídos fora da Cidade.

Esta doença também é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e causa febres acima de 39 graus, dores intensas nas articulações de pés e mãos, dedos, tornozelos e pulsos, além de dor de cabeça. Uma pessoa pode contrair chikungunya e dengue ao mesmo tempo. Os grupos de risco são as mulheres grávidas e idosos. Se não tratado, o paciente pode morrer.

UPA
Com o custo de R$ 3,1 milhões, a Unidade de Pronto Atendimento da Kaoru Hiramatsu, na Porteira Preta, deve ser inaugurada no próximo dia 20, a partir das 10 horas, afirmou o prefeito Marco Bertaiolli (PSD) ontem, em evento de saúde realizado no Teatro Vasques, no Centro. “O novo equipamento vai ser essencial para desafogar os pronto-socorros do Luzia de Pinho Melo, do Hospital Municipal e da Santa Casa”, destacou o prefeito.

Fonte:O Diário de Mogi