terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Tietê: última limpeza foi há 15 anos


Tietê: última limpeza foi há 15 anos
TER, 22 DE JANEIRO DE 2013 00:00
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Último grande trabalho de desassoreamento no trecho mogiano do Rio Tietê foi feito em 1998 / Foto Gustavo Rejani


A última vez que o Estado fez um grande desassoreamento no Rio Tietê, em um trecho de 21 quilômetros, de Mogi das Cruzes a Suzano, foi há 15 anos, segundo o ambientalista José Arraes. De lá, para cá, houve apenas trabalhos de limpeza em pequenas partes, de forma paliativa, pensando especialmente nas épocas de chuva. De acordo com o último estudo de batimetria do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), concluído em outubro do ano passado, existe um volume de aproximadamente 90 mil metros cúbicos de sedimentos depositados em 18 quilômetros no fundo do canal, da ponte da Avenida João XIII, em César de Souza, até o Rio Jundiaí, em Jundiapeba. O próprio governador Geraldo Alckmin (PSDB) avaliou como “necessário” fazer a dragagem no Rio, de Mogi até a Capital.

“Nós vamos elaborar o projeto, ver o custo, mas é uma obra necessária. Tentei descobrir aqui quando foi feita a última dragagem, o último desassoreamento do Tietê, depois da barragem da Penha, no Parque Ecológico do Tietê, e ninguém lembra. Vou até verificar no Daee. Deve estar muito assoreado e isso dificulta a macrodrenagem nas cidades da Região porque o rio é um ralo e tudo corre para ele”, disse o governador, durante visita à Poá, no último sábado, sem revelar, no entanto, prazos.

A manifestação de Alckmin se deu depois que o prefeito de Suzano, Paulo Tokuzumi (PSDB), solicitou um estudo sobre a viabilidade da obra junto ao Daee. Antes disso, porém, em junho do ano passado, o deputado estadual Luiz Carlos Gondim Teixeira (PPS), Arra­es e os ambientalistas Mauro Alves dos Santos e José Roberto Kachel, ouviram do secretário de Estado do Sane­amento e Recursos Hídricos, Edson Giriboni, a promessa de que iria verificar a possibilidade de adiantar o serviço do programa “Várzea do Rio Tietê” para viabilizar o trabalho, orçado em R$ 7 milhões.

“O último grande trabalho de desassoreamento do Tietê foi feito em 1998, na última gestão do ex-prefeito Waldemar Costa Filho. Foram 21 quilômetros da ponte da Rua José Meloni, no Mogilar, até a ponte de Jundiapeba, próximo ao Rio Jundiaí. Depois disso, já na gestão do Junji Abe (PSD), foram executadas pequenas limpezas debaixo das pontes e de um trecho de 2,2 quilômetros entre a José Meloni e a Cavalheiro Nami Jafet. Na época em que conversamos com o secretário, ele nos prometeu um desassoreamento de 22 quilômetros porque o Daee já fez a batimetria e a ecobatimetria”, lembra Arraes.

Gondim chegou a propor, também em outubro, uma emenda ao Projeto de Lei Orçamentá­rio do Estado de São Paulo para o exercício de 2013, visando a realização de serviços de de­sassoreamento no Rio Tietê, mas o Governo do Estado não aprovou. “Todas as emendas individuais não foram aceitas”, explicou o deputado, ontem.

Ele disse, ainda, que hoje, às 17h30, se encontrará com o secretário Giriboni para cobrar as ações prometidas por Alckmin em Poá. “Pelo que estamos sabendo, para desassorear de Mogi até a Capital deve custar uns R$ 200 milhões. É muito dinheiro, mas é necessário e vamos ficar em cima do que o governador prometeu”, afirmou Gondim. (Sabrina Pacca)

Fonte:O Diário de Mogi