quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Boca no trombone Egolatria! Paulo Passos


Boca no trombone
Egolatria!
Paulo Passos
Pataquada hedionda tomou conta do poder Legislativo municipal na semana passada. Deixando de lado o equilíbrio que deve pautar o elaborador de leis; descurando-se do exemplo que devem dar; dois edis, por pouco, não chegaram às vias de fato no interior daquele próprio municipal.

Tendo por pano de fundo pretendida reforma vi-sando à contenção de gastos - considerando-se o aumento dos componentes da atual legislatura, procurava-se compatibilizar o número de motoristas com o de vereadores - o presidente da Câmara e vereadora reeleita propiciaram a cena, bem atual, própria de "vale-tudo" de nível inferior com direito a dedo em riste e cara feia.

Ao se permitirem ao absurdo ato os legisladores envolvidos, certamente, não atentaram a princípios comezinhos, daqueles que não precisariam ser lembrados. 
Assim, em primeiro lugar, fiéis ao mandato que lhes foi outorgado, deveriam considerar que a sociedade merece respeito não se comprazendo com discussões estéreis e sem propósito, daquelas que dizem respeito a questões menores, evidentes disputas de ego.

Em segundo lugar - principalmente os que não são calouros - têm por obrigação saber a importância do papel que exercem no concerto municipal, missão que deve ser cumprida à risca, não se permitindo desnaturá-la com incidentes paralelos e indignos.

De qualquer maneira, o mal está feito, restando, além de recriminá-lo, se cobrar explicações sobre frases ditas no calor da discussão, e repetidas, ao depois, na Rádio Metropolitana.

Sim porque em debate na emissora em pau-ta - e me restrinjo a ele, para que não se alegue a exaltação de ânimos própria ao momento do incidente - o presidente do Legislativo tornou público que a vereadora envolvida no absurdo pastelão era pouco adepta à frequência da Câmara - há mais de mês o seu gabinete estaria fechado -, motivo pelo qual não sabia o que por ali se passava.

A questão é grave. Deixa no ar que a edil, diferentemente do que seria de se esperar, mesmo sem exercer as funções que lhe são inerentes, recebe dos cofres públicos, o que, além de tapa na cara dos que a elegeram, constitui, em tese, improbidade administrativa.

Tendo sido lançada a assertiva pelo chefe do poder merece ela a credibilidade necessária, ao menos para que se apure o que realmente acontece naquela Casa de Leis.

Ademais, se toda a celeuma teve como razão de ser ridícula disputa por motoristas que conduzem as viaturas de representações, para que expediente que tais não venham a ocorrer no futuro, porque, pura e simplesmente os senhores legisladores - conhecendo sua dispensabilidade e em um gesto de grandeza que mereceria aplausos - delas não abrem mãos? São questões que ficam no ar, exigindo respostas. Ficamos no aguardo!

Paulo Passos, é advogado, mestre e doutor em Direito pela PUC/SP

Fonte:Mogi News