terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Boca no trombone Cadê a fiscalização? Marilei Schiavi


Boca no trombone
Cadê a fiscalização?
Marilei Schiavi

A tragédia que vitimou 231 jovens em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, poderia ter acontecido em qualquer casa noturna do Brasil. Infelizmente, é a pura verdade. Falta fiscalização nas boates e casas noturnas espalhadas pelo País. Principalmente prevenção para o atendimento adequado aos lugares que recebem centenas de pessoas nos finais de semana. Jovens que não sabem que correm risco de morte, como ocorreu no Sul brasileiro. Mas, de quem é a culpa? Das autoridades? Das prefeituras? Do Corpo de Bombeiros? Dos proprietários das casas noturnas e de shows?
As irregularidades, como na Kiss, acontecem todos os dias em vários lugares, porque os donos das casas noturnas querem economizar na hora de investir na segurança do público. Não adianta agora aparecerem os especialistas de plantão para afirmar que já sabiam, que avisaram ou que poderiam ter evitado a desgraça na vida dessas dezenas de famílias enlutadas. Sabe por quê? 
No Brasil, infelizmen-te, tem de morrer gente para as autoridades to-marem providências de verdade, para que a fiscalização seja feita realmente. 
O preço que precisaremos pagar para que as autoridades façam a sua parte é muito alto: morreram vítimas, dilaceraram famílias, mataram sonhos de universitários que estavam apenas se divertindo.

A ausência de uma lei nacional que estabeleça as regras de prevenção e proteção contra incêndio é apontada pelos especialistas como o principal problema dos alvarás de funcionamento de bares, boates e casas de show no País. Ontem, um dia após a tragédia em Santa Maria, prefeitos do País determinaram a fiscalização de casas noturnas. A medida foi tomada por várias prefeituras das capitais brasileiras, como Manaus, Salvador e Cuiabá. 
O governo do Distrito Federal também irá intensificar a fiscalização das casas noturnas. Ontem, durante o Radar Noticioso, o prefeito de Mogi das Cruzes, Marco Bertaiolli, determinou ao secretário de Segurança Pública, o coronel Eli Nepomuceno, que fosse formada ontem mesmo uma comissão especial de fiscalização das boates, casas noturnas, bares e restaurantes do município. 
O objetivo da medida é prevenir problemas e fiscalizar melhor os estabelecimentos mogianos.

O terror de Santa Maria não pode mais se repetir. Estamos chorando os mortos. É doloroso e revoltante saber que uma tragédia que levou a vida de tantos jovens poderia ser perfeitamente evitada. 
Que todos os prefeitos, governadores e demais autoridades tomem providências agora. E que a morte de dezenas de jovens possa servir de alerta para novas leis e mais fiscalização no País. Que não morram mais inocentes no Brasil. Meus sentimentos às famílias.


Marilei Schiavi, é jornalista, radialista, diretora de Jornalismo da Rádio Metropolitana e mestre em Ciências Sociais pela PUC


Fonte:Mogi News