quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A maçonaria e a República



Diário de Suzano ed.: 9361 - 15 de novembro de 2012

Suami Paula de Azevedo
A Ordem Maçônica esteve presente em todos os fatos constitutivos da nação brasileira. Desde bem antes da nossa Independência, como ocorreu na Guerra dos Mascates (1710) e, de fato, na Inconfidência Mineira (1788), como na Revolução Pernambucana (1817). 
A Maçonaria foi a base de sustentação da nossa Independência, em 1822, como é sabido, com a definição em Loja da Independência do Brasil, sendo repassada ao Príncipe Regente, que acatou a decisão, assumindo o comando, antes que sua família fosse afastada. 
Então, antes da Independência como também após, a Maçonaria lutou para a implantação das idéias republicanas. É o caso da atuação na Confederação do Equador (1824), na Sabinada (1837) e na Revolução Farroupilha (1835-1845).
Não poderia ser diferente nos atos que permitiram a Proclamação da República. Era dar tempo ao tempo. O Império Brasileiro de vagar ruía. Em 1870, após a Guerra do Paraguai, o Exército, seu principal agente, não foi valorizado, provocando descontentamentos. A igreja também queria separar-se do Estado Imperial. Mas o principal foram as leis antiescravistas, defendidas fervorosamente nas Lojas Maçônicas Brasileiras. Leis como a do Ventre Livre (1871), dos Sexagenários (1885) e finalmente a Lei Áurea (1888).
Em 11 de novembro de 1889 reuniram-se na casa do Marechal Deodoro os maçons: Benjamin Constant, Aristides Lobo, Quintino Bocaiúva, Francisco Glicério, Rui Barbosa, Cel Catuária, Major Frederico Sólon Ribeiro, Almirante Wanderkolk, Frederico Lorena e outros, ficando combinadas as medidas necessárias à Proclamação, quando Deodoro apoiou o Movimento: “Faça-se a República". Mas 15 de novembro, o Marechal Deodoro foi acometido de forte dispneia. Levantou-se assim mesmo e seguiu para o campo de Sant" Anna (depois, Praça da República) colocando-se à testa da tropa, em plena madrugada.
Muito teve de ser feito, muita há de ser feito ainda, ao longo do tempo para termos a República que se desejava. A cada tempo a sua feição, assim vamos construindo o nosso melhor. Porém não devemos esquecer é dos que nos antecederam e suas idéias de Liberdade.
Neste momento a nossa República começa a oferecer os primeiros sinais de combate à corrupção, temos mais a fazer, mas já é um bom caminho se alargarmos esse sinal para todos os níveis, federal, estadual e municipal. Estamos construindo, com discrição a Maçonaria oferece suas ideias.

Fonte:O Diário de Suzano