quinta-feira, 3 de maio de 2012

Licitação irregular Nabil coloca sigilos bancário e telefônico à disposição


Vereador falou ontem em plenário pela primeira vez após denúncias sobre licitação de painel
Cleber Lazo
Da Reportagem Local
Marcelo Alvarenga/CMMC

Nabil se defendeu durante a sessão de ontem e colocou sigilos bancário e telefônico à disposição
O vereador Nabil Nahi Safiti (PSD), acusado pelo Ministério Público (MP) de ter participado de um processo licitatório fraudulento em 2009, quando era presidente da Câmara Municipal, se defendeu das acusações durante a sessão de ontem no Legislativo e colocou à disposição da Justiça os sigilos telefônico e bancário dele e de toda a sua família. 
O parlamentar afirmou que a denúncia teve "algum interesse" e que o "MP não estuda os casos e rapidamente abre um inquérito". "Não me defendi antes, porque estava seguindo a orientação dos meus advogados. Sei da minha índole e da conduta dos funcionários da Câmara. Somos inocentes e não podemos pagar por brigas dos bandidos de algumas firmas", frisou. 
O ex-presidente da Câmara autorizou a contratação de um painel eletrônico de votação por meio de uma licitação que, de acordo com o MP, contou a assinatura de um homem morto um ano antes da abertura da concorrência pública e, ainda, de assinaturas falsificadas. Os promotores de Justiça chegaram a cumprir um mandado de busca e apreensão de todos os documentos (originais e cópias) relacionados ao certame. Uma ação de improbidade administrativa contra as empresas envolvidas, servidores públicos integrantes da Comissão de Licitação do Legislativo, e do próprio Nabil Safiti foi proposta ao juiz da Vara da Fazenda Pública do Fórum de Mogi, Bruno Machado Miano. A contratação da empresa não foi concretizada porque a recomendação do Ministério Público de cancelar o acordo foi aceita.


O magistrado informou na tarde de ontem que para tomar a decisão se aceitará o pedido do MP será preciso aguardar os resultados dos exames grafotécnicos (técnica que verifica a autenticidade de uma assinatura), que serão realizados pelo Instituto de Criminalística (IC), e poderão apontar os responsáveis pela falsificação. 
Safiti se defendeu em plenário após o vereador Francisco Moacir Bezerra de Melo Filho (PSB), o Chico Bezerra, afirmar que a "Câmara não poderia ficar omissa a esta situação". 
O atual presidente do Legislativo, Rubens Benedito Fernandes (PR), o Bibo, disse que somente na tarde de ontem o Legislativo havia sido notificado oficialmente pelo MP e que antes do conhecimento do caso não poderia se manifestar sobre o assunto. 
"O processo é formado por nove volumes, com quase 10 mil páginas. Já encaminhei o material aos procuradores e são eles que determinarão se haverá a necessidade de abertura de sindicâncias e ou processos administrados em relação aos servidores citados na ação", disse.


O vereador Mauro Araújo (PMDB) se queixou da repercussão do assunto. "Quando ocorreu o escândalo do Semae ninguém veio questionar sobre uma possível cassação do prefeito, mas como é o Legislativo, tudo ganha uma proporção enorme", comparou Araújo.


Fonte:Mogi News