quinta-feira, 26 de abril de 2012

Luta contra aterro Usina de lixo é aprovada pelo movimento popular "Aterro, não"




Para lideranças que lutam contra o aterro da Queiroz Galvão, dá para dizer que é uma conquista para Mogi
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho


Com usina, aterros estão com os dias contados, inclusive o que a Queiroz nem instalou em Mogi
A proposta de construir uma usina de incineração de lixo e geração de energia no Alto Tietê, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP), conforme convênio entre a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e os municípios de Mogi das Cruzes, Arujá, Salesópolis, Biritiba Mirim e Guararema foi aprovada por lideranças do movimento popular "Aterro, não!" de Mogi. 
Para eles, a assinatura do protocolo de intenções entre os prefeitos das cinco cidades e a presidente da Sabesp, Dilma Pena, na quarta-feira, representa mais uma vitória na luta contra a instalação de um aterro sanitário proposto pela empreiteira Queiroz Galvão, que já dura mais dez anos. "Com essa proposta pode-se dizer que o risco de Mogi ter um aterro é praticamente zero. Contudo, como o próprio nome diz, trata-se uma carta de intenções, a formalização de que os prefeitos de hoje querem uma solução mais moderna e diferente para a destinação do lixo na região. Mas até que isso se concretize, ainda há muito que se fazer. Sinto falta, contudo, da participação popular neste processo, que, apesar de ser ativa na luta contra a Queiroz Galvão, não foi sequer informada das negociações entre Estado e Alto Tietê", afirmou o professor e historiador Mário Sérgio de Moraes. 
O ativista Mário Berti, também integrante do movimento popular, por sua vez, cobra os municípios para uma efetiva coleta seletiva e investimento em cooperativas na usina de triagem. "Ter uma usina que transforme o lixo em energia é algo muito importante para o Alto Tietê, não apenas no aspecto econômico, porque vai gerar muito emprego, mas também ambiental. Este tipo de mecanismo não é nada poluidor. Contudo, as prefeituras também precisam fazer o dever de casa, ampliando a coleta seletiva e fazendo com que ela funcione no horário e dia propostos e também investir nas cooperativas de catadores e separação de lixo. É algo que precisa fazer e pensar bem antes da usina", afirma. 
O deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar contra o Lixo, Luiz Carlos Gondim Teixeira (PPS), também aprovou a proposta entre Estado e municípios. "A usina de energia, através do lixo, foi uma das propostas apresentadas no seminário que discutiu os resíduos sólidos no ano passado. Fico feliz dessa ideia ter sido aceita, o que afasta as chances de a Queiroz Galvão instalar um aterro em Mogi, que é um processo de destinação de lixo muito arcaico e com grandes prejuízos ao meio ambiente", disse Gondim. 
A expectativa é de que a usina, estimada em R$ 150 milhões, comece a operar em 2015. Isto porque a licitação internacional para contratar a empresa que administrará o empreendimento deve ser aberta em 2013. Como se trata de uma concorrência pública com participação de grandes empresas, ela deverá ter duração de um ano. A construção tem início previsto para 2014. O local ainda será definido. 


Reciclagem
Mogi também está investindo em reciclagem. Recentemente, o prefeito Marco Bertaiolli assinou um protocolo de intenções entre o município, a Agência de Cooperação Internacional do Japão e o município de Toyama para o desenvolvimento do Projeto de Promoção da Reciclagem do Lixo em Mogi das Cruzes. 
Na prática, o convênio vai permitir que Mogi tenha acesso à mais moderna tecnologia do mundo no setor, com financiamento de R$ 600 mil, a fundo perdido, por parte da agência japonesa.


Com duração prevista até setembro de 2014, o acordo incluirá a capacitação, no Japão, para técnicos mogianos; a definição de metodologias para separação de resíduos domésticos; a elaboração de planejamento de Educação Ambiental, a orientação técnica aos catadores e o estímulo à formação de entidades cadastradas e administrativamente estáveis.


O objetivo do programa é elevar a quantidade de material reciclado na cidade. Atualmente, 70% da área urbana do município é atendida pela coleta seletiva, mas somente 1,6% do lixo produzido acaba sendo reciclado. Em países como o Japão, o índice de reciclagem chega a 30%.


Fonte:Mogi News