As alegações iniciais apontadas por três promotores na ação de responsabilidade civil impetrada nesta semana na Vara da Fazenda Pública são mais do que graves, são gravíssimas. E carecem de uma profunda investigação e uma exemplar punição, caso venham a ser confirmadas pela Justiça. Entre os réus estão cinco funcionários da Câmara e o então presidente da Casa, o vereador Nabil Safiti, que têm a obrigação moral de bem se explicarem.
O esquema fraudulento supostamente beneficiaria as empresas Suprema Sistemas Eletrônicos, vencedora da licitação, e Eliseu Kopp & Cia. Ltda., que forneceria o painel eletrônico e não participou do certame porque estava "negativada".
Nos detalhes dos autos, que contaram com a busca e a apreensão de documentos, a Promotoria Pública descobriu a utilização de assinaturas falsificadas, sendo uma delas, cunhada por um homem morto e enterrado, e irregularidades na contratação pública feita por carta convite.
Toda violação dos princípios da Administração Pública com a manipulação e direção de uma compra fraudulenta - que neste caso, graças à intervenção da Promotoria, foi suspensa - deve ser combatida com a severa punição de funcionários públicos e políticos envolvidos e a exposição pública do crime contra o erário público.
De nada adiantam tantas denúncias midiáticas, sem o combate da bandalheira sem fim que nos chega aos ouvidos a toda hora do dia, em audaciosos lances imorais pelo País afora.
Um caso como o investigado na Câmara constitui-se em oportunidade para se tentar estancar a falcatrua institucionalizada nas relações entre o poder público e empresas envolvendo o favorecimento, o enriquecimento ilícito e as muitas maracutaias que desmoralizam a coisa pública em todas as esferas governamentais.
Fonte:O Diário de Mogi