sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Vigilância tinha alertado hospital


MARA FLÔRES



A Secretaria de Estado da Saúde afirmou ontem que as irregularidades encontradas no Berçário da Santa Casa de Misericórdia de Mogi na última segunda-feira, depois que três recém-nascidos foram isolados em razão de uma infecção bacteriana adquirida simultaneamente, já tinham sido apontadas anteriormente pela Vigilância Sanitária Estadual sem, no entanto, terem sido corrigidas pela casa de saúde. Agora, a direção do hospital tem até o final da próxima semana para apresentar a sua defesa no auto de infração emitido anteontem pela Vigilância, que poderá resultar na aplicação de multa.


A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Saúde esclareceu que as vistorias no Berçário da Santa Casa são feitas rotineiramente e de forma sistemática pelos técnicos, sendo que os problemas que motivaram o auto de infração da última quarta-feira são "recorrentes". As irregularidades, que podem ter favorecido a infecção bacteriana dos bebês no final do ano, incluem o uso de equipamentos com manutenção preventiva e corretiva vencida; falta de manutenção na área física; não cumprimento do manual de normas e rotinas da UTI neonatal; não cumprimento dos procedimentos operacionais padrão no que diz respeito à limpeza terminal e concorrente; e não cumprimento integral do manual de higiene e limpeza.


Ainda segundo o Estado, o auto de infração foi retirado por diretores da Santa Casa na própria quarta-feira, na sede da Vigilância Sanitária, no Bairro do Rodeio.


O provedor da Santa Casa, Mário José Calderaro, ressaltou ontem que os problemas apontados pela Vigilância Sanitária estão sendo avaliados "item a item" e que a defesa contra o auto de infração será protocolada já no início da próxima semana. Ao contrário do que informou a Secretaria de Estado da Saúde, no entanto, o provedor garantiu que as irregularidades em questão não tinham sido identificadas em vistorias anteriores da Vigilância e, neste momento, ele descarta a necessidade de obras para a correção das falhas.


Calderaro também ressaltou que a ocorrência de contaminação num ambiente hospitalar é normal e, por causa disso, é necessário um eficiente trabalho de controle. "Aconteceu da infecção ter se manifestado com maior intensidade nesses três bebês, mas rapidamente isso foi identificado, os bebês isolados e em poucos dias eles voltaram à condição normal de recém-nascidos prematuros. Um deles está na semi-intensiva e dois na UTI", informou o provedor na tarde de ontem.


Fonte:O Diário de Mogi