sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

PM mantém tática na cracolândia


SÃO PAULO

Às 16h30 de ontem, cerca de 100 usuários de crack se aglomeravam na Praça Princesa Isabel e no canteiro central da Avenida Rio Branco, no centro, a cerca de 150 metros da antiga cracolândia, quando dezenas de policiais militares chegaram com apoio de carros da Força Tática e da Cavalaria para dispersar o grupo. Foi o começo da confusão e da correria no centro. Usuários de droga foram em direção à Avenida Duque de Caxias, seguidos por PMs e guardas-civis. Na fuga, passaram a correr entre carros e ônibus. A PM reagiu, com pelo menos dois tiros de borracha e viaturas trafegando em alta velocidade até na contramão. Três pessoas foram detidas.


O tenente-coronel Wagner Rodrigues, chefe do Estado Maior do Comando de Policiamento da Área Centro, disse que os disparos foram necessários porque "noias" começaram a chutar carros e ônibus. "Foi um caso pontual. Esperamos que não seja necessário repetir", afirmou.


No terceiro dia da Operação Centro, o que se viu na região da cracolândia foi uma espécie de jogo de gato e rato. Grupos se acumulavam nas imediações da região central. Sempre que ganhavam volume, a PM os dispersava.


A presença policial na Rua Helvétia fez com que muitos usuários migrassem para outros locais. Segundo Rodrigues, foram identificados quatro novos pontos de concentração de usuários - além da Praça Princesa Isabel, estão na Avenida Angélica, no Largo Santa Cecília e na República.


Moradores e comerciantes de Higienópolis dizem que já notaram maior movimentação de usuários de crack no bairro após o início da operação. Mas, por enquanto, a concentração é apenas na divisa com Santa Cecília, no início da Avenida Angélica. "Sabemos que esse é um reflexo natural, por isso esperamos que o policiamento seja reforçado. A PM deve proteger os moradores", diz Pedro Ivanow, presidente da Associação Defenda Higienópolis.


A confusão afetou o comércio na região. Nas lojas ao redor da Praça Princesa Isabel, vendedores passaram boa parte da tarde na porta assistindo às constantes idas e vindas de dependentes. "Mesmo aqui dentro os clientes ficam com medo de serem atacados. E com toda a razão. Atrapalhou bastante o nosso trabalho, caiu muito o movimento", afirmou a vendedora Francisca Paulino, de 44 anos.


Na Rua Apa, em Santa Cecília, cerca de 50 usuários se aglomeravam na tarde de hoje: quando a PM se aproximava, eles fugiam, para retornar minutos depois. "Vivo por aqui e percebi que muitos dos que estavam lá na cracolândia vieram para cá", afirmou Tatiana Santana, de 30 anos, usuária de crack há três.


Fonte:O Diário de Mogi