sábado, 28 de janeiro de 2012

Recuperação Homem que morava na rua consegue casa e emprego


Divulgação

Silva era viciado em crack e conseguiu se livrar do vício
Adeliano Batista da Silva é um vencedor. Depois de viver por oito anos nas ruas - boa parte do tempo em Mogi das Cruzes - e ser dependente de crack, hoje ele mora em uma casa, trabalha em uma prestadora de serviços de portaria e já abriu sua própria empresa de jardinagem. Mas esta mudança radical custou nove longos meses de perseverança, dedicação e disciplina, vividos no sítio de recuperação da Associação Rosa Mística, no Itapeti, onde várias outras histórias como esta se tornam realidade, mas quase nunca chegam ao público.


O caso de Silva é parecido com o da grande maioria dos moradores de rua. Pai de família, ele se envolveu com drogas e, a partir do uso de crack, sua vida se desestruturou. Deixou a família, o trabalho e em pouco tempo estava nas ruas. Foi andarilho e percorreu 190 cidades, dormindo em bancos de praça, embaixo de viadutos e em dezenas de abrigos para pessoas nesta situação. Em vários momentos, temeu pelo próprio futuro.


"Percorri várias cidades do Estado, mas fiquei boa parte do tempo aqui em Mogi mesmo. Fui abordado diversas vezes, estive na Abomoras, mas sempre voltava para a rua. Só que existe um momento em que você sente medo, porque começa a ver que chegou a um limite. Nessa hora, a persistência dos assistentes é fundamental para fazer você aceitar a mudança. Foi o que aconteceu comigo", relatou.


O depoimento mostra que a solução para a questão dos moradores de rua é muito mais complexa do que a ideia simplista de uma "faxina" social nas ruas da cidade. O trabalho que retirou Adeliano do abandono foi realizado ao longo de meses, com várias abordagens, recusas, idas e vindas. O próprio Silva afirma que os moradores de rua somente deixam a situação após muitas tentativas: "Enquanto o camarada não cai na real, não adianta. Por isso as abordagens constantes são tão importantes".


O caso de Silva é típico. Depois de tentativas de internação sem sucesso, ele percebeu que precisava dar uma chance a si mesmo. Aceitou a sugestão de ir para o sítio da Rosa Mística e, em setembro de 2010, deixou as ruas e passou a conviver com os outros internos. A rotina da associação incluía reuniões espirituais e muito trabalho físico - como cuidar de plantas, carpir e produzir pães e bolos artesanalmente -, tudo para manter o corpo e a mente afastados das drogas.




Recomeço
A oportunidade de trabalhar como jardineiro, com um amigo, foi a chance que Silva precisava. Paralelamente, conseguiu emprego em uma empresa no setor de portaria e prestação de serviços. Voltou para a casa da mãe, em Ermelino Matarazzo, e hoje leva uma vida normal.


Fonte:Mogi News