sábado, 28 de janeiro de 2012

Acordo Para Procon, campanha sobre sacolas foi curta


Diretor do órgão de proteção ao consumidor sugeriu que associação de supermercados também pague pela metade do custo das sacolas
Luana Nogueira
Da Reportagem Local
Erick Paiatto

Milan, que falou aos comerciantes, informou que daqui a quatro meses será feito um balanço para eventualmente corrigir alguns rumos
Comerciantes da cidade ainda estão com dúvidas sobre o fim das sacolinhas nos supermercados. Ontem, um grupo de diversos setores participou de uma reunião na sede da Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC) para esclarecer questões e propor alternativas para os problemas que possam surgir. O coordenador do Procon de Mogi, Isidoro Dori Boucault Netto, participou e argumentou que a campanha de conscientização realizada pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) precisava ter sido feita em um tempo maior. Ele pediu que esta questão fosse revista pela entidade.


Desde que o acordo começou a vigorar na cidade no último dia 25, o coordenador contou que muitas pessoas procuram o órgão de defesa do consumidor para reclamar da medida e pedir esclarecimentos. Ele argumentou que um dos problemas encontrados foi o curto espaço de tempo que a campanha foi realizada em Mogi. "Isso não é uma lei, é um acordo. Não existe a obrigação legal, mas tem a motivação da questão de civismo, da cidadania e do meio ambiente. As pessoas se interessaram, mas faltou tempo para a cidade se preparar para a mudança. Essa campanha começou há três ou quatro dias aqui em Mogi. Passei isso para a Apas", ressaltou.


A expectativa da Apas é de que com o acordo cerca mil toneladas de sacos plásticos deixem de poluir a cidade. "Um estudo americano apontou que 27% das sacolinhas plásticas acabam indo parar nos rios. A primeira sacola plástica surgiu há 40 anos e até agora não se decompôs, porque ela leva 200 anos para acabar", destacou o vice-presidente da Apas e da Associação Brasileira de Supermercados, Márcio Milan, que participou da reunião. Ele garantiu que a retirada das sacolinhas é o primeiro passo para implementar a lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que começa a valer no país a partir de 2014. A medida prevê a reciclagem dos materiais e destinação adequada do lixo.


A ideia é que a associação faça um acompanhamento nos supermercados para ver como o acordo está sendo cumprido. "Daqui a três ou quatro meses iremos fazer um balanço da efetividade para eventualmente corrigir alguns rumos", declarou Milan. Ele afirmou que a expectativa é de que a medida se estenda para outros setores.


O coordenador do Procon informou que os comerciantes devem divulgar a campanha com clareza para não causar nenhum tipo de constrangimento aos clientes na hora de passar pelo caixa. Ele acrescentou que outro ponto levantado pelos consumidores é em relação ao preço cobrado pela sacolinha biodegradável, que não agride o meio ambiente por ser feita de amido de milho, e sai a R$ 0,19 ao cliente. "Se a Apas teve a ideia de evitar o descarte das sacolas, por que só o consumidor vai ter que pagar esta conta? Sugiro que a associação pague 50%. Outra sugestão é que o dinheiro seja distribuído de forma transparente em entidades assistenciais. Dar desconto em produtos também seria uma saída", sugeriu Dori.




Debate
A Associação Comercial de Mogi das Cruzes pretende realizar mais encontros com comerciantes para tratar do acordo para acabar com as sacolinhas. Uma das ideias da ACMC é criar, em parceria com os associados, sacolas retornáveis que sejam distribuídas para a população como forma de incentivar o uso das embalagens ecologicamente corretas. A presidente da entidade, Tânia Fukusen, informou que a tendência é que outros setores do comércio comecem a buscar alternativas para substituir as sacolinhas. Eduardo Adriano de Lima, de 30 anos, gerente de um supermercado do Alto do Ipiranga, contou que os clientes do mercado estão se adaptando bem à nova medida. "Pelo menos 99% dos consumidores estão aceitando bem. A maioria está trazendo sacolas de casa".


Fonte:Mogi News