terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Naufrágio tem 29 desaparecidos


ROMA



O naufrágio do Costa Concordia vai causar uma perda de pelo menos 85 milhões de dólares
O corpo de um passageiro foi encontrado ontem entre os restos do cruzeiro Costa Concordia, elevando para seis o número de mortos no naufrágio, informaram autoridades italianas. Segundo elas, há ainda pelo menos 29 pessoas desaparecidas - quatro tripulantes e 25 passageiros. As buscas por sobreviventes foram suspensas na madrugada de hoje, pelo horário local, porque o barco se moveu alguns centímetros e o mar está agitado. O capitão do navio, Francesco Schettino, fez uma manobra não autorizada e aproximou demais o navio da ilha de Giglio, o que deve ter levado ao acidente, disse o promotor da cidade toscana de Grosseto, Francesco Verusio. "Isso foi indesculpável", afirmou. Em declarações à agência Ansa da Itália, Verusio disse que a Justiça toma os depoimentos de centenas de tripulantes e turistas para descobrir com exatidão o que levou ao naufrágio.


Schettino teria tomado essa atitude irresponsável para homenagear o chefe dos garçons do navio, que teria nascido na ilha de Giglio. Essa informação não foi confirmada, mas a empresa Costa Crociere, subsidiária da Carnival Corporation (grupo anglo-norte-americano) voltou a afirmar ontem, através do seu executivo-chefe Pier Luigi Foschi, que Schettino quebrou "regras de conduta" da empresa.


Foschi disse que a empresa oferecerá assistência jurídica a Schettino, mas deixou claro que "o capitão Schettino tomou uma iniciativa própria que foi contrária às nossas regras escritas", disse Foschi em Gênova, onde fica a sede da subsidiária da Carnival na Itália. "Não posso negar que houve erro humano", disse Foschi.


Hoje, uma audiência em Grosseto decidirá se Schettino será acusado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), abandono de navio e imperícia ao provocar o naufrágio de um navio.


Se acusado formalmente, Schettino permanecerá preso em Grosseto. Entre os passageiros que continuam desaparecidos estariam norte-americanos, alemães, italianos e franceses.


O bombeiro Luca Cari informou à rádio estatal que a vítima era um homem encontrado em um corredor na parte do barco que ainda está na superfície. Segundo ele, a vítima vestia um colete salva-vidas. Não foi informada a nacionalidade da sexta vítima.


Segundo o jornal italiano Corriere della Sera, pelo menos quatro italianos permanecem desaparecidos. O governo da Alemanha, segundo informações da Ansa, pediu mais clareza ao governo da Itália sobre as vítimas e desaparecidos.


O número de desaparecidos subiu porque as duas sicilianas, originalmente listadas como já salvas, não entraram em contato com seus familiares. Cari acrescentou que seguiam as buscas por todo o barco, inclusive na área submersa, mesmo com o mar se tornando mais agitado.


O navio levava 4.200 pessoas, sendo cerca de 3.200 passageiros e cerca de 1 mil tripulantes, e encalhou perto da ilha de Giglio.


Existe o temor de que o navio, que levava 2.500 toneladas de combustível, possa se tornar instável e crie a ameaça de um possível desastre ambiental. Até agora não houve vazamentos e uma companhia holandesa já foi convocada para retirar o combustível.


A atenção está voltada também para o capitão do navio, que foi levado para longe da embarcação pela Guarda Costeira mesmo com a caótica retirada dos passageiros ainda em andamento. No fim do domingo, a operadora do navio, uma subsidiária da Carnival Cruise, emitiu um comunicado afirmando que aparentemente houve "significativo erro humano" da parte do capitão, Francesco Schettino, o que resultou em "graves consequências". O CEO da empresa, Micky Arison, lamentou o acidente em comunicado.


Fonte:O Diário de Mogi