terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Dilma dá mais poder à Casa Civil



ADMINISTRAÇÃO Em reunião ministerial, presidente Dilma cobra monitoramento eletrônico de ministros


BRASÍLIA
Na primeira reunião ministerial do ano, a presidente Dilma Rousseff anunciou ontem o fim dos fóruns de gestão do governo e cobrou a adoção de um sistema eletrônico de monitoramento dos programas até junho. A petista admitiu que os quatro fóruns temáticos (Desenvolvimento Econômico, Infraestrutura, Desenvolvimento Social e Direitos e Cidadania), lançados com alarde no ano passado, não funcionaram. A presidente reforçou o papel da Casa Civil e disse aos auxiliares que, a partir de agora, a pasta comandada por Gleisi Hoffmann vai dirimir as divergências entre ministros.


Descontraída, Dilma pediu palmas para o ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), que deixa hoje a equipe para iniciar a campanha pela Prefeitura de São Paulo.


A cerimônia de transmissão de cargo para Aloizio Mercadante, ex-ministro de Ciência e Tecnologia que assume a Educação, deve contar com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Ao longo das quatro horas de reunião ministerial, Dilma deixou claro que a Casa Civil será recomposta como na época em que ela própria comandou a pasta (2005 a 2010) e cobrará metas da equipe. "Foi a experiência na Casa Civil que me preparou para a Presidência", disse a presidente, de acordo com relato de participantes da reunião.


Embora a tensão pré-reforma ministerial pairasse no ambiente, Dilma não tocou no assunto. Ao contrário: chegou a tratar a ministra da Cultura, Ana de Hollanda pelo apelido de 'Aninha'. "Não existe governo sem equipe e estou satisfeita com a equipe que tenho", afirmou.


Dilma garantiu que os programas sociais e de infraestrutura serão preservados ao máximo dos cortes do Orçamento, mas, mesmo assim, pediu cautela nos gastos. Argumentou que todos os programas envolvendo novos recursos precisam passar pelo crivo da Junta Orçamentária, sob pena de não serem executados.


A presidente não definiu o tamanho do enxugamento de despesas, embora a equipe econômica defenda uma tesourada na faixa que vai de R$ 60 bilhões a R$ 70 bilhões.


O Ministério da Educação e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foram citados como exemplos de sistemas eletrônicos de gestão que deram certo, pois fazem o monitoramento dos programas em tempo real.


Depois de enfrentar uma crise política atrás da outra e perder sete ministros - seis envolvidos em denúncias de corrupção -, Dilma quer fazer uma reforma do Estado.


No seu diagnóstico, o monitoramento dos programas nos ministérios faz parte de um "projeto revolucionário, progressista e indispensável" para uma nova fase de governança.


Fonte:O Diário de Mogi