terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Dilma acerta saída de Negromonte



COSTURA Dilma define a saída de Negromonte com PP e durante encontro com o governador da Bahia, Jaques Wagner, na manhã de ontem


SALVADOR
A presidente Dilma Rousseff acertou a saída do ministro Mário Negromonte (Cidades) com a direção do PP e com o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT). De acordo com informações de bastidores do governo, Negromonte poderá sair ainda nesta semana, logo depois da volta da presidente ao Brasil, amanhã. Dilma viajou para Cuba ontem; nesta quarta segue para o Haiti e retorna ao Brasil.


Como na próxima quinta-feira a presidente terá de enviar uma mensagem com os planos de trabalho do governo ao Congresso, é possível que o acerto para a saída de Negromonte ocorra na sexta-feira.


A presidente pretende reunir-se com o ministro, uma forma de demonstrar um último sinal de prestígio, repetindo um gesto que usa desde a saída de Antonio Palocci (Casa Civil), em junho. Será o nono ministro a deixar o governo Dilma. 


Alvo de especulações sobre sua permanência à frente do Ministério das Cidades, Mário Negromonte, do PP da Bahia, aparentava constrangimento ao participar, junto com a presidente Dilma Rousseff, do governador da Bahia, Jaques Wagner, e de cinco colegas de ministério, de um evento em Camaçari, na manhã de ontem.


A presidente Dilma Rousseff ainda tentou amenizar a situação. Durante o discurso na cerimônia de assinatura da ordem de serviço para o início das obras de revitalização urbanística da Bacia do Rio Camaçari - obra de R$ 275 milhões -, ela comentou, elogiosamente, a atuação de Negromonte à frente do ministério.


"Queria cumprimentar os ministros de Estado que me acompanham (eram seis, na cerimônia) e vou começar cumprimentando o ministro Mário Negromonte, que no meu governo tem sido responsável pela política de urbanização de favelas, habitação, saneamento e proteção de encostas", disse a presidente, no início do discurso.


Além disso, o ministro foi o único citado nominalmente por Dilma durante sua fala, após os cumprimentos iniciais. No fim do discurso, de pouco mais de 15 minutos, por exemplo, Negromonte foi o único nominado na lista de responsáveis pela obra. "O governador (Jaques Wagner), o prefeito (de Camaçari, Luiz Caetano), o ministro Negromonte, os demais ministros, a Caixa estão de parabéns pelo projeto." Logo após a fala, Dilma o cumprimentou.


Único ministro chamado a discursar, porém, Negromonte foi econômico com as palavras. Nos quatro minutos em que esteve na frente do palco, limitou-se a cumprimentar os integrantes dos governos federal, estadual e municipal e deputados presentes e a ressaltar a obra.


Além de Negromonte, participaram do evento o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, das Relações Exteriores, Antonio Patriota, do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florense, e da Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros.


A especulação em torno da saída de Negromonte do Ministério das Cidades ganhou força na Bahia, nas últimas semanas, depois que o governador Jaques Wagner, um dos fiadores da indicação do ministro, deixou de defender sua permanência no cargo.


No fim de novembro, durante evento em Salvador, Wagner chegou a fazer uma defesa enfática do ministro, chamando uma das denúncias envolvendo Negromonte de "ridícula" e alegando "muito ciúme" de políticos de outros Estados para a situação.


Desde o início do ano, porém, o discurso do governador mudou. Frases como "quem decide (a permanência do ministro) é a presidente" e "meu relacionamento com o governo (federal) se dá principalmente com a presidente" passaram a ser as mais comuns de Wagner quando perguntado sobre o assunto.


Fonte:O Diário de Mogi