terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Cidade deve ganhar ‘novo centro’


Júlia Guimarães

Marco Aurélio Bertaiolli
O presidente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Mário Bandeira, e o prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (PSD) apresentaram ontem, oficialmente, uma série de plantas e projeções gráficas daquilo que chamaram de "um novo centro" para Mogi das Cruzes. O plano inclui a modernização da estação central, que será totalmente refeita e recuada para integração física com o terminal municipal de ônibus; a construção de uma passagem subterrânea na Rua Cabo Diogo Oliver, com o consequente fechamento de três cancelas; além de desapropriações e intervenções urbanas para criação de novas praças e instalação de empreendimentos particulares, como um shopping popular e um estacionamento privado.


O projeto deverá ser desenvolvido nos próximos anos, sendo que cada uma das instâncias envolvidas, Município e Estado, terão suas obrigações, inclusive financeiras. A expectativa é de que a CPTM invista entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões nas obras que se referem especificamente à nova estação. Todo o restante, inclusive a construção do futuro túnel, ficará a cargo da Administração Municipal, que deverá lançar em breve uma licitação para contratação do projeto executivo. Embora Bertaiolli tenha evitado estimar valores ontem, o certo é que as obras deverão ser bastante caras. Por este motivo, a Prefeitura já prevê a viabilização de parcerias com a iniciativa privada para levantar os recursos.


O projeto apresentado ontem prevê o recuo das plataformas da Estação Mogi das Cruzes. O prédio será totalmente reconstruído e fisicamente integrado ao Terminal Central de transporte público municipal. A passarela de pedestres existente atualmente na passagem de nível da Cabo Diogo, que é aberta e extremamente desconfortável com altos lances de degraus, será extinta. Os pedestres farão a transposição por meio de um mezanino suspenso, que será coberto e contará com escadas rolantes. A obra vai permitir não apenas acesso dos mogianos ao terminal, mas também que eles cruzem os trilhos de forma segura, mesmo nos horários em que o transporte ferroviário não estiver funcionando.


No local onde hoje está a estação, deverá haver uma nova área pública, construída a partir da ampliação da Praça Sacadura Cabral. Ela será margeada pela futura passagem subterrânea, que terá duas mãos de direção. Os motoristas que seguem pela Ricardo Vilela terão acesso ao Mogilar pela Rua Hamilton Silva e Costa. No sentido contrário, os veículos que trafegarem pela Cabo Diogo deverão prosseguir pela Avenida Adhemar de Barros. A obra possibilitará o fechamento das cancelas das ruas Cabo Diogo, Doutor Deodato e Campos Sales.


Além da construção da passagem subterrânea, o projeto ainda prevê uma grande intervenção urbanística no entorno da estação, do lado oposto ao terminal de ônibus. Hoje, boa parte do local é ocupada por setores operacionais da própria CPTM. Porém, toda a faixa lindeira aos trilhos, até as proximidades da Campos Sales, será doada ao Município pela estatal. A Prefeitura ainda pretende desapropriar imóveis do quarteirão entre a Cabo Diogo, Engenheiro Gualberto e Basílio Marques para completar o projeto. Esta última via deverá dar acesso ao futuro complexo de praças e prédios chamados pela Prefeitura de "empreendimentos associados". A expectativa é de que a iniciativa privada explore os pontos comerciais que serão criados e, em contrapartida, realize investimentos na área de forma a viabilizar o plano completo.


Além de vários pontos de área verde, nos desenhos apresentados ontem havia três espaços destinados aos empreendimentos privados, porém, a disposição e a natureza dos mesmos não está definida. Isso deverá depender das tratativas com os possíveis investidores, mas Bertaiolli já adiantou que a intenção é erguer um "shopping" no local. Também já está prevista a construção de um grande estacionamento operado pela iniciativa privada. O número total de desapropriações, assim como a definição sobre os imóveis envolvidos, não foi divulgado ontem. Não há intervenções previstas para o lado oposto da linha férrea, na região da Praça Oswaldo Cruz.




Prazos


Bandeira informou que a licitação para contratação dos projetos executivos das estações Mogi das Cruzes e Estudantes será realizada no dia 6 de fevereiro. Logo após a conclusão das plantas, a estatal poderá contratar as obras, o que deve ocorrer no primeiro trimestre de 2013. O novo prédio poderá ser concluído ainda no atual mandato, até o fim de 2014. Já o prefeito Marco Bertaiolli afirmou que sua intenção é dar início às obras municipais paralelamente às da CPTM, caso o Município realmente viabilize os recursos.


Fonte:O Diário de Mogi