terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Síria aceita acordo com Liga Árabe


REAÇÃO Manifestantes contra Assad mostram cartaz onde se lê “Ocupe Kafrnabel”, em referência à Síria


DAMASCO
Forças de segurança sírias mataram a tiros cinco civis na província de Homs ontem, um dia depois de pelo menos 30 pessoas morrerem em episódios de violência na região central do país, afirmou o Observatório Sírio de Direitos Humanos, grupo sediado em Londres. A Síria informou também que concorda em permitir que observadores da Liga Árabe façam parte de um plano de paz para encerrar a repressão, mas impôs uma série de condições, rapidamente refutadas pelo chefe da Liga, Nabil Elaraby.


O Observatório alega que soldados amotinados mataram quatro integrantes das forças de segurança, dentre eles um oficial, em Dael, província de Deraa. Um caminhão do governo também foi incendiado durante o ataque de ontem, informou o Observatório, acrescentando que centenas de forças sírias foram enviadas à cidade, onde estavam acontecendo ataques e prisões.


As forças governamentais detiveram 18 estudantes, oito deles na cidade costeira de Jabla, por supostamente terem insultado o presidente Bashar Assad, durante a repressão contra dissidentes.


Outro grupo de ativistas informou que as autoridades sírias prenderam a blogueira Razan Ghazzawi na fronteira com a Jordânia no momento em que ela se dirigia a Amã para participar de uma reunião sobre liberdade de imprensa.


"Quatro civis foram mortos e cinco feridos quando disparos foram feitos de um posto de segurança contra um funeral na cidade de Deir Balaa, nas proximidades de Homs", diz um comunicado do Observatório recebido em Nicósia. Um quinto civil foi morto a tiros por forças de segurança perto do hospital público da cidade.


Perto de Damasco, dez estudantes que participaram de um protesto contra o regime no distrito de Harasta foram detidos pelas forças de segurança, que também detiveram oito estudantes secundaristas na cidade mediterrânea de Jabla. Os estudantes de Jabal, no oeste sírio, foram "acusados de insultar o presidente Assad", disse o Observatório, acrescentando que as acusações foram feitas por "informantes dentro da escola".


O Observatório também divulgou a perseguição a estudantes universitários por estudantes favoráveis ao regime e forças de segurança na cidade costeira de Latakia. O grupo também afirmou que 30 estudantes da Universidade Tishrin em Latakia, berço dos protestos contra o regime, foram detidos e outros 60 foram expulsos.


O relatório não diz quando as prisões ocorreram, mas destacou que "esses estudantes foram ameaçados por seus colegas, sujeitos a pressão, abusos e insultos da parte de pessoas leais ao governo".


Os relatos sobre novos derramamentos de sangue e detenções ocorrem no momento em que o Ministério de Relações Exteriores diz ter "respondido positivamente" ao pedido a Liga Árabe para permitir que observadores façam parte de um plano de paz para encerrar o levante.


A Liga havia dado até este domingo como prazo para a Síria responder se concorda em permitir que observadores monitorem a situação no país, onde as forças de segurança suprimiram brutalmente uma revolta popular em um levante que matou quatro mil pessoas desde meados de março, segundo dados das Nações Unidas.


"O governo sírio respondeu positivamente à assinatura do protocolo, baseado na compreensão síria dessa cooperação", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Jihad Makdesi.


Fonte:O Diário de Mogi