domingo, 4 de dezembro de 2011

Serra recebe mudas da Juçara


união Produtores rurais são estimulados a manter o cultivo da planta
A safra da Palmeira Juçara, ameaçada de extinção, termina nos próximos dias. O Parque das Neblinas, gerido pelo Instituto Ecofuturo, viabilizou a coleta de 770 quilos do fruto da Palmeira, em parceria com diversas propriedades rurais de Taiaçupeba, em um projeto pioneiro de incentivo à preservação da espécie, típica da região de Mata Atlântica.


A reserva, que desde 2003 estimula o repovoamento da espécie por meio do Programa de Manejo da Palmeira Juçara, projeta chegar ao fim da safra com a coleta de uma tonelada do produto.


Com o beneficiamento dos frutos, a safra rendeu até o momento 400 litros da polpa da Juçara de grande potencial de uso na gastronomia e na merenda escolar. No Parque das Neblinas, ela é aproveitada no Espaço Gourmet, gerenciado em parceria com a Sabor da Capela em receitas como geléias, roscas, sucos e outros doces. 


Quando o manejo é feito da forma correta, como a empregada por produtores no Distrito de Taiaçupeba, tudo se aproveita: as sementes são utilizadas para a produção de mudas e repovoamento de áreas. As mais de 600 mil que a safra rendeu neste ano serão semeadas no Parque das Neblinas e distribuídas aos proprietários participantes do Programa, voltando diretamente para a floresta ou incrementando a produção de pequenos viveiros locais.  O Programa de Manejo da Palmeira Juçara já viabilizou, desde seu início em 2003, o plantio de mais de 4 mil sementes.


O foco do Programa é a conservação da Mata Atlântica a partir da valorização de remanescentes florestais em áreas privadas, por meio do manejo sustentável de espécies nativas. No caso da Palmeira Juçara, as matrizes da Palmeira são selecionadas nas propriedades no entorno do Parque que possuem remanescentes florestais, e na época da safra seus frutos são parcialmente coletadas. Os cachos colhidos são debulhados e este fruto vai para uma Central de Beneficiamento Piloto, recentemente inaugurada no Parque, que separa polpa e sementes. Nesse sentido, a proposta é gerar conhecimento e estimular outras iniciativas semelhantes na região.


Para incentivar ainda mais o repovoamento, o Instituto Ecofuturo realiza Oficinas de Manejo trimestrais que levam aos participantes informações técnicas sobre o manejo da espécie. Nessas ocasiões, a troca de experiências entre os proprietários fortalece e consolida o envolvimento comunitário na região, estimulando seu engajamento na conservação ambiental. 


Fonte:O Diário de Mogi