domingo, 4 de dezembro de 2011

Deficientes lutam por inclusão

LUCAS MELONI


Especial para O Diário
Mogi das Cruzes realizou ontem, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, a 1ª edição do Cadeiraço do Dia D, na região central da Cidade. O evento reuniu famílias e grupos de apoio aos deficientes e contou com a participação de alunos de diferentes cursos da Universidade Braz Cubas que prestaram atendimentos à população. O tom foi de reivindicação em favor de ações para atender ampla e dignamente os portadores de deficiência.


A iniciativa faz parte da 2ª Virada Inclusiva, projeto desenvolvido pelo Governo do Estado de São Paulo. Organizado pela Coordenadoria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de Mogi, o Cadeiraço teve como objetivo despertar a sociedade para o desenvolvimento de políticas públicas de inclusão social.


A concentração aconteceu na Praça Coronel Almeida, em frente à Catedral de Santana, por volta das 9 horas, e reuniu pessoas de diferentes idades. Alguns jovens e pessoas da terceira idade dançavam músicas animadas antes de partirem pelas ruas principais de Mogi. Em seguida, o grupo desceu a Rua Paulo Frontin e acessou a Rua Doutor Deodato Wertheimer até chegar à Praça Oswaldo Cruz.


Já no local, as pessoas puderam assistir a algumas apresentações musicais de artistas da Região enquanto esperavam o início dos atendimentos à população nas tendas montadas no espaço. Alunos dos cursos de Serviço Social, Odontologia, Enfermagem e Fisioterapia da UBC faziam a triagem do público que desejava medir a pressão e receber orientações.


Posicionadas próximo ao palco montado na Praça, a dona de casa Balbina Assunção, de 44 anos, e a filha, a cadeirante Juliana Assunção, de 21, acompanhavam os detalhes da programação. "É uma luta pelo direito à locomoção. Nós moramos em César de Souza e lá não temos muitos problemas, mas aqui no Centro é difícil. As calçadas são estreitas e vez ou outra a gente esbarra em poste. Deveriam construir alguma coisa para desviar com a cadeira", disse a mãe.


A jovem estava entusiasmada com a iniciativa. "Hoje nós vamos nos expressar e falar tudo o que não tivemos a oportunidade de dizer ultimamente. É um dia de protesto e atividades deste tipo são sempre muito bem-vindas", conta.


O prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (PSD) esteve no evento e, além de falar da importância da iniciativa, também destacou o recém-inaugurado Centro de Reabilitação da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), no Bairro do Rodeio. "É uma forma de conscientizar as pessoas de Mogi. A unidade de Mogi da AACD deixou de ser um sonho e tornou-se uma realidade", afirma.


Perguntado a respeito dos problemas de mobilidade no Centro, Bertaiolli explicou que o projeto das ruas é antigo e não foi pensado para os dias atuais. "A Cidade tem mais de 400 anos, é do tempo das carroças. Um dos grandes problemas são os postes, colocados bem no meio das calçadas, mas é função do Poder Público promover a discussão destes temas", disse, sem anunciar, no entanto, projetos para solucionar o problema histórico.


Para Ieda Boucault, presidente do Trabalho de Apoio ao Deficiente (Tradef), a iniciativa foi positiva porque abriu espaço para a exposição de assuntos relevantes para os portadores de deficiência. "A gente não avalia só o dia de hoje, mas todo o projeto. O prefeito vem até aqui e escuta as entidades, as pessoas; é importante abrir o debate de itens importantes que influenciam a vida de muita gente", salienta.


Já a secretária de Assistência Social de Mogi, Marinês Piva, mencionou a mobilização da Cidade para o Cadeiraço. "Nós estamos mobilizando o Município para mostrar os projetos e serviços destinados a esta parte da população, além de toda a atenção que elas merecem", aponta.


Apesar da ativa participação do público em grande parte do evento, o forte calor do início da tarde de sábado fez com que alguns não esperassem o fim da programação. Famílias com crianças e – sobretudo casais idosos – foram os primeiros a ir embora.


Para conhecer mais sobre as atividades e ter acesso aos projetos de inclusão social, os telefones disponíveis são 4724-8741 e 4724-1441, da Secretaria de Assistência Social.


Fonte:O Diário de Mogi